quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Muricy ataca Conmebol e Emelec e teme "coisa muito grave" durante jogo

Treinador cobra punição após ser proibido de usar bola no treino em Guayaquil e diz que competições na América do Sul desanimam técnicos e jogadores

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Guayaquil
Muricy Ramalho São Paulo (Foto: Carlos Augusto Ferrari)Muricy Ramalho disparou contra Emelec e Conmebol (Foto: Carlos Augusto Ferrari)
O técnico Muricy Ramalho não poupou críticas à Conmebol e ao Emelec depois de o São Paulo ser impedido pelo clube equatoriano de usar chuteiras e bola no treino de reconhecimento, nesta terça-feira, no estádio George Capwell, em Guayaquil. O treinador descartou abandonar a Copa Sul-Americana, mas se mostrou preocupado com a possibilidade de mais problemas acontecerem na partida válida pelas quartas de final e marcada para as 22h desta quarta-feira.
– Temos de dar um basta nisso. Esse negócio sempre acontece na Conmebol. Pelo Santos, jogamos contra o Cerro (Porteño) e foi uma loucura, com bomba e pedra. Isso tem de acabar, bater escanteio com policial com escudo. Isso é velho. Usar a tática de não treinar com chuteira, tudo bem. Aceitamos. Depois não pode com bola. Pô, que esporte estamos jogando? Vai ver atrás do gol as redes de mentira todas furadas... – esbravejou.
– Eles tratam o futebol como guerra. E não é. Isso não existe mais. Viemos aqui para jogar futebol – emendou.

Os problemas começaram na chegada do ônibus ao estádio. Com faixas provocando os são-paulinos, torcedores do Emelec se concentraram embaixo de um viaduto ao lado e tentaram se aproximar no momento em que o veículo passou. Policiais com motos precisaram intervir para que o grupo não encostasse.

 Pode acontecer coisa muito grave amanhã e não vai ter nada. Se não tem punição, acontece isso
Muricy
– Sentimos que ali não eram torcedores e, sim, bandidos. Nós não sabemos se é tiro ou bomba. Não dá para aceitar. Isso aqui é guerra, não é futebol. É uma coisa absurda. A diretoria tem de tomar algum tipo de atitude. Os times brasileiros e argentinos deveriam se juntar e tomar uma atitude. A cota não é grande coisa – recordou  o treinador.
O comandante são-paulino teme até que um problema maior possa ocorrer na partida que decidirá quem alcançará as semifinais.
– Pode acontecer coisa muito grave amanhã e não vai ter nada. Se não tem punição, acontece isso.
Na saída do gramado, revoltado, Muricy chegou a dizer: “Vamos dar a vitória a eles e voltar para o Brasil”. No entanto, mais calmo, garantiu que o Tricolor entrará em campo normalmente para lutar por uma vaga nas semifinais. Com o 4 a 2 do primeiro jogo, os brasileiros podem perder até por um gol de diferença.

– Eu quero jogar. Não viajamos tudo isso para voltar sem jogar. Queremos jogar, mas dentro da normalidade. Sinceramente, esses campeonatos da Conmebol desanimam. Para chegar é difícil, a pressão é terrível. Desanima – disse. 

São Paulo em Guayaquil (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)São Paulo não pôde treinar em Guayaquil (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)fonte; globo