Na campanha do hexa, Imperador fez 19 gols e foi artilheiro. Na briga contra a queda, foram necessários sete atacantes para alcançar a marca
Ignoremos a frustração com a perda do título carioca e a eliminação nas quartas de final da Libertadores da América deste ano. Na caminhada para o hexa, Adriano foi a referência técnica, a liderança no vestiário e o ídolo da torcida. Três em um. Com ele, o Flamengo foi novamente campeão brasileiro. Fica a imagem do Imperador sorridente, erguendo o troféu no gramado do Maracanã (hoje fechado para as obras da Copa do Mundo de 2014). Foram 19 gols na campanha, artilheiro ao lado de Diego Tardelli, do Atlético-MG.
Em maio, o Imperador voltou à Itália, foi para o Roma. Lá, não vive bom momento. Ainda não fez gol e reveza entre o departamento médico e o banco de reservas. A situação o incomoda. Nos rubro-negros, deixou saudade.
A escassez de gols é apenas uma das marcas do fracasso do Flamengo no Brasileiro deste ano. Escapar do rebaixamento com uma derrota por 2 a 1 para o Cruzeiro, na penúltima rodada, escancarou de vez uma série de deficiências. A maior delas é o ataque. Os homens de frente amargaram 11 rodadas sem um gol sequer, de julho a setembro. Somando-se os gols de todos os atacantes da equipe no Nacional, chega-se a 19, mesmo número do Imperador. A diferença é que foram necessários sete jogadores para alcançar o feito de Adriano. E com um agravante: já no fim da disputa.
Na lista, estão cinco gols de Diego Maurício, quatro de Deivid, três de Val Baiano, um de Diogo, um de Denis Marques, um de Paulo Sérgio e quatro de Vagner Love. Os três últimos não fazem mais parte do grupo. O jogador do CSKA, da Rússia, disputou cinco partidas do Brasileirão. Love ainda é o goleador do time na temporada: 23 gols em 29 jogos.
- Não esperava ser um dos artilheiros do time no fim do ano. Mas as coisas nem sempre saem como queremos – disse, em visita aos ex-companheiros na última quarta-feira.
Val Baiano é um retrato da má fase ofensiva do Flamengo. Em 17 partidas, fez três gols. Estreou em julho e só foi desencantar em outubro. Virou motivo de chacota entre os torcedores e foi bombardeado por críticas.
- O ano não foi bom para o Flamengo, especialmente para os atacantes. Não quero tapar o sol com a peneira, mas eu, Deivid e Diogo não fizemos pré-temporada. Nos primeiros jogos que fiz no Flamengo, nem chance para chutar no gol eu tive. Sabemos que os jogadores daqui são de qualidade. A metade do elenco foi campeã brasileira. Para se ter uma ideia, tive chance contra o Atlético-MG e depois só contra o Guarani. Depois que o Vanderlei chegou que as bolas começaram a aparecer mais, não só para mim, o ataque começou a fazer gol. Acredito que 2011 possa ser melhor para todos nós, não só do ataque, mas para o Flamengo – afirmou.
Neste domingo, o Fla encerra sua participação no Campeonato Brasileiro contra o Santos, na Vila Belmiro, às 17h. O Rubro-Negro é o 15º, com 43 pontos, e quer a vaga na Sul-Americana do ano que vem. Para isso, precisa subir uma posição.
O técnico Vanderlei Luxemburgo não terá Diogo, suspenso. No treino coletivo desta quinta-feira, ele escalou a linha de frente com Diego Maurício e Val. Deivid ainda faz tratamento no tornozelo direito e tem poucas chances de jogar.
FONTE: GLOBO