Após Real Madrid acusar rivais de racismo e antijogo, técnico diz que adversário pode recorrer da decisão da Uefa de não punir atletas
Guardiola durante a coletiva desta segunda-feira. Técnico espera acabar com discussões (Foto: AFP)
“Amanhã (terça-feira), isso acaba”. Esta foi a frase mais repetida por Pep Guardiola nesta segunda-feira durante a entrevista coletiva da véspera do duelo entre Barcelona e Real Madrid pela semifinal da Liga dos Campeões. Mostrando-se aliviado por estar perto do final da maratona de clássicos, o treinador defendeu seus jogadores das acusações do rival e exaltou os valores ensinados pelo clube catalão desde as divisões de base.
Mais cedo, o auxiliar de José Mourinho, Airto Karanka, criticou a Uefa por não ter aceitado a ação do Real contra jogadores do Barça por praticarem o antijogo na última quarta, quando o time de Guardiola venceu por 2 a 0 no Santiago Bernabéu. O assistente citou até a suposta ofensa racista do volante Busquets contra o lateral brasileiro Marcelo.
- Amanhã (terça), isso acaba, acabamos tudo, ainda bem. Temos um jogo importante e depois acaba. Tento esquecer e me concentrar apenas no que fizemos no primeiro jogo, tentar corrigir os erros e nos preparar para o segundo jogo – disse Guardiola, questionado várias vezes sobre as reclamações dos merengues.
Segundo o técnico do Barça, a Uefa é quem deve decidir se algum jogador será punido ou não e o Real tem todo o direito de recorrer da decisão da entidade. O clube da capital reclamou que alguns atletas do rival, como Daniel Alves e Pedro, simularam faltas. Pepe foi expulso por uma entrada no lateral brasileiro, mas um vídeo na internet tenta provar que o ex-atleta do Porto não tocou no camisa 2.
- Eles podem pensar que somos antiesportivos, mas eu penso o contrário. Dos 20 convocados para a partida, 14 foram criados aqui. Eles sabem os valores dessa casa. Tentamos educá-los desde pequenos. Eles podem pensar que não são corretos, mas eu penso o contrário. Eu sei o tipo de jogadores que tenho – afirmou.
Na coletiva do Real, Karanka citou especialmente o caso das ofensas contra Marcelo, dizendo que “jogadores que fazem insultos racistas” estarão em campo, enquanto “outros que não fizeram nada” não jogarão. Pepe, por causa da expulsão, e Sergio Ramos, por cartão amarelo, vão desfalcar o time de Mourinho, que também não poderá ficar no banco por ter sido expulso por reclamação logo após a falta do luso-brasileiro em Daniel Alves.
- Sei que meus jogadores são exemplos de profissionalismo, de honestidade, de amor ao esporte. Sabem que jogamos contra pessoas de vários lugares do mundo. É o que eu posso dizer. Claro que eles podem errar durante um jogo, mas sei que como seres humanos e homens do esporte são bons exemplos.
Guardiola é cercado por fotógrados às vésperas do confronto contra o Real Madrid (Foto: AFP)
Perguntado se o Barcelona tomaria alguma medida caso ficasse provada a acusação de racismo contra um jogador do clube, Guardiola afirmou que o atleta seria punido.
- Nós ficaríamos tristes e tomaríamos atitudes. Não temos problemas que nossos jogadores errem. Mas conheço estes atletas e sei que são honestos. Eles jogam futebol. Lutam, mostram espírito guerreiro, mas se fazem coisas boas ou ruins e há denúncias, quem decide é a Uefa, mais ninguém – concluiu.
Barça e Real se enfrentam a partir das 15h45m (de Brasília), terça, no Camp Nou, com transmissão ao vivo da TV Globo e do GLOBOESPORTE.COM. Com a vitória de 2 a 0 no Bernabéu, o time de Pep Guardiola pode perder até por um gol de diferença que estará na final do dia 28 em Wembley.
FONTE: GLOBO