Comandante do Santos diz que Brasil vivia seu melhor momento e que houve injustiça com ex-técnico, mas elogiou a contratação de Parreira como coordenador
Em meio ao anúncio de Luiz Felipe Scolari como novo técnico da Seleção Brasileira nesta quinta-feira, um dos cotados para assumir o cargo mostrou grande insatisfação com a situação. Em entrevista exclusiva ao LANCE!Net, o técnico Muricy Ramalho, do Santos, criticou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pela demissão de Mano Menezes ao analisar a escolha por Felipão.
– Primeiro que não concordei com o que aconteceu. A Seleção estava no melhor momento. Bem perto do time ideal, faltando só duas ou três peças. O futebol estava melhorando no momento certo, ia entrar na Copa das Confederações forte e houve um corte. Isso é duro – afirmou.
Perguntado se a decisão teria sido motivada por razões políticas, o comandante não deixou dúvidas. Segundo ele, dentro das quatro linnhas o trabalho de Mano estava dando os frutos esperados.
– Só pode ser política, porque não é do campo. Era o melhor momento da Seleção, todos estávamos com alegria, voltando a ligar a televisão para ver jogar, o que não estava acontecendo, estava chato. E agora sai o treinador? Sou treinador, os caras têm de me tirar pelo trabalho técnico, não concordo com outra saída – disse.
Muricy disse que a CBF faltou com a palavra com Mano ao demiti-lo após o título do Superclássico das Américas, interrompendo seu planejamento para o Mundial.
– Foi proposta a renovação para ele ser o técnico em 2014, mas parece que isso nunca existiu, nunca tinha certeza disso. Quem fez o trabalho mais duro foi ele e recebeu muitas críticas. Porque a renovação não dá resultados logo de cara. Só que no Brasil ninguém quer saber de nada, de renovação, só de ganhar o jogo – declarou.
O técnico afirmou que o comentário não tem a ver com Felipão, a quem admira, e disse que por decisões como estas recusou a Seleção em 2010, quando foi convidado e preferiu o Fluminense, em 2010. Também elogiou a contratação de Carlos Alberto Parreira para a função de coordenador.
- Ninguém está criticando o Felipão, nada, porque ele tem a Copa que ele ganhou, e se perder não acontece nada, porque ganhou. É um cara experiente, e ainda mais com companhia do Parreira. Porque esse devia estar lá antes, porque esse ia ajudar bastante. Talvez faltou ele com o Mano. Porque se o Parreira estivesse lá antes seria bem melhor para o Mano - disse.
Muricy também explicou o motivo de ter recusado a Seleção em 2010, por já está apalavrado com o Fluminense na época e outras razões, e deixou no ar que não aceitaria novamente caso tivesse sido convidado antes de Felipão, o que não aconteceu.
- Não sei o que ia acontecer. Porque do jeito que eu sou... Não quero ser exemplo para ninguém, mas tenho meus princípios e acabou. Cada um é cada um. Sinceramente não sei, porque foi uma surpresa para todo mundo - declarou.
- Mas só de ser lembrado é bom, porque lembra que você está fazendo um bom trabalho. Como da primeira vez falaram em meu nome e isso é bom. Mas não gosto de glamour - completou o técnico.
FONTE: LANCE