Diretor de seleções da entidade diz que ainda precisa conversar com o presidente José Maria Marin, mas revela acordo com Scolari
Por Marcio Iannacca
Rio de Janeiro
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O técnico Luiz Felipe Scolari já estaria apalavrado para assumir a seleção brasileira em 2013. Quem revelou o acordo foi o diretor de seleções da CBF, Andrés Sanches, que soube da informação através de amigos. Nesta segunda-feira, durante a Soccerex, o dirigente fez a revelação e afirmou ainda que deve deixar o cargo, após ser voto vencido na decisão da entidade de demitir Mano Menezes.
- Eu ainda não conversei com o presidente (José Maria Marin), mas a tendência é eu sair. Pelo que eu sei, o Felipão está apalavrado. Soube de pessoas que têm credibilidade que ele está acertado – declarou Sanches.
Andrés, no entanto, afirmou que ainda vai conversar com José Maria Marin para tomar conhecimento do que será feito em relação ao seu futuro. O dirigente afirmou que ainda não pediu demissão ou foi demitido, mas que o fato de a CBF estar negociando com um treinador sem a sua participação seria um dos motivos da insatisfação.
- Claro que é um dos motivos. Eu estava satisfeito, mas depois dos últimos acontecimentos não estou mais. Eles querem colocar pessoas da confiança deles. Mas eu jamais pediria para sair sem falar com o presidente. Isso vai acontecer nos próximos dias – disse o dirigente.
O dirigente afirmou o futebol brasileiro vive um momento de “insegurança” e afastou a palavra crise da seleção brasileira.
- Fico triste por todas essas coisas que aconteceram. Vocês acham que eu queria estar aqui explicando para vocês a saída de um treinador? O momento é de insegurança. Estamos sem treinador – disse.
Questionado se poderia concorrer à presidência da CBF nas próximas eleições, em 2015, Andrés negou que vá encarar o pleito e já sabe o que vai fazer no futuro.
- Vou me reciclar, pensar na minha vida, nas minhas empresas. O momento é de reciclar. Não estou pensando lá na frente.
Andrés lamentou ainda que a política seja colocada no futebol. O dirigente afirmou que a Seleção estava no caminho certo, em ascensão, quando a cúpula da CBF decidiu pela demissão de Mano Menezes. Ele lamentou ainda a ausência de um treinador às vésperas de um evento importante organizado pela Fifa. No próximo dia 1, a entidade máxima do futebol vai realizar o sorteio da Copa das Confederações, em São Paulo.
- Não tem nada de errado ou se sujo que possa abalar o futebol brasileiro. Mais do que está abalado com a mudança de treinador às vésperas do sorteio da Copa das Confederações, com todo mundo da Fifa aí. Vamos para lá sem treinador.
Saída de Mano Menezes
Na ocasião do anúncio da saída de Mano, Andrés foi o responsável por falar com a imprensa. Na oportunidade, ele afirmou que foi contra a demissão do treinador, mas teve de aceitar a decisão.
- Fui voto vencido. Os critérios são do presidente, ele entende que no início da temporada quer outros métodos. Está na posição de presidente, sendo corajoso e ousado. Temos que respeitar – disse o ex-presidente do Corinthians.
Marin: 'Técnico dificilmente será estrangeiro'
A informação de Andrés acerca do acordo com Felipão bate com a entrevista do presidente da CBF, José Maria Marin, nesta segunda-feira, no Soccerex. Em meio aos pedidos por Pep Guardiola, o mandatário considerou difícil trazer um estrangeiro.
- Temos bons profissionais no Brasil e dificilmente teremos um estrangeiro. Vamos esperar o término do Brasileiro. O nome será divulgado no início de janeiro em coletiva na sede da CBF – afirmou Marin, que depois deu uma dica do perfil necessário para o comando da Seleção.
- O novo técnico tem que ter o perfil vencedor para que possa chegar ao tão sonhado título em casa.
Além de Felipão, os outros cotados para o cargo são Muricy Ramalho, do Santos, e Tite, do Corinthians. Scolari, porém, é o favorito. A favor dele pesa o fato de ter sido campeão mundial com a Seleção na Copa do Mundo de 2002.
fonte: globo