GLOBOESPORTE.COM acompanha a estreia da seleção brasileira na Copa das Confederações contra o Egito no meio da torcida africana
A torcida africana voltou a dar um show nesta segunda-feira, na estreia do Brasil na Copa das Confederações contra o Egito, no Free State Stadium, em Bloemfontein. A seleção venceu no sufoco, por 4 a 3. Com coreografias e músicas da região, os torcedores chamaram a atenção de todos no estádio. O GLOBOESPORTE.COM acompanhou a partida ao lado dos chamados "celtics", fãs do principal clube da cidade. Vestidos com camisas brancas e verdes, eles não paravam de gritar um só minuto. Um dos animadores da torcida, Masheleng Maluleke, explicou as principais coreografias usadas durante os jogos. Elas são executadas com canções em dialetos locais. A música mais famosa é 'Phunya sele sele' e mostra como os fãs do Bluemfontein Celtic estão sempre ao lado do clube. A dança é diferente. De repente, um clarão se abre no meio dos torcedores. Olhando uns para os outros, eles começam a pular até se encontrarem novamente.
Maluleke, com a camisa da seleção da África do Sul, ao lado de um amigo
Em uma outra coreografia bastante utilizada, ao som de 'Siwelele', os torcedores pedem a ajuda dos 'deuses'. Nela, as pessoas batem palmas, depois erguem os dois braços para os céus. E voltam com eles para o corpo como se pedissem benção. Outro movimento interessante nasceu por causa do frio há alguns anos atrás.
A torcida africana voltou a dar um show nesta segunda-feira, na estreia do Brasil na Copa das Confederações contra o Egito, no Free State Stadium, em Bloemfontein. A seleção venceu no sufoco, por 4 a 3. Com coreografias e músicas da região, os torcedores chamaram a atenção de todos no estádio. O GLOBOESPORTE.COM acompanhou a partida ao lado dos chamados "celtics", fãs do principal clube da cidade. Vestidos com camisas brancas e verdes, eles não paravam de gritar um só minuto. Um dos animadores da torcida, Masheleng Maluleke, explicou as principais coreografias usadas durante os jogos. Elas são executadas com canções em dialetos locais. A música mais famosa é 'Phunya sele sele' e mostra como os fãs do Bluemfontein Celtic estão sempre ao lado do clube. A dança é diferente. De repente, um clarão se abre no meio dos torcedores. Olhando uns para os outros, eles começam a pular até se encontrarem novamente.
Maluleke, com a camisa da seleção da África do Sul, ao lado de um amigo
Em uma outra coreografia bastante utilizada, ao som de 'Siwelele', os torcedores pedem a ajuda dos 'deuses'. Nela, as pessoas batem palmas, depois erguem os dois braços para os céus. E voltam com eles para o corpo como se pedissem benção. Outro movimento interessante nasceu por causa do frio há alguns anos atrás.
Nesta época do ano a temperatura é bem baixa em Bloemfontein ficando em média na casa dos cinco graus. E os torcedores passaram a esfregar uma mão na outra para se aquecer. Não demorou a surgir uma música e uma coreografia. Além de esfregar as mãos, eles batem palmas. Tudo bem sincronizado. - Os movimentos têm ligação com as danças locais - explica Maluleke.
GALERIA DE FOTOS COM A ALEGRIA DOS TORCEDORES NA ESTREIA DA SELEÇÃO
GALERIA DE FOTOS COM A ALEGRIA DOS TORCEDORES NA ESTREIA DA SELEÇÃO
Uma dança que surpreendeu os brasileiros é quando todos se abraçam e viram de costas para o campo. Os torcedores começam, então, a bater forte os pés nas cadeiras para fazer barulho. Maluleke não soube explicar a origem da dança. Mas garantiu que ela faz muito sucesso nos jogos pelo país e é usada por várias torcidas. No fim da partida, todas as cadeiras estavam em perfeito estado.
Thiago Lavinas/GLOBOESPORTE.COM
Torcedor africano manda recado para Kaká
Um instrumento adorado pelos torcedores é o 'vuvuzela', uma espécie de corneta bem grande que faz muito barulho. A vuvuzela invadiu os estádios do país na década de 90 e caiu no gosto popular. Segundo Maluleke pode ser comprado por R$ 1 no subúrbio, mas no Free State Stadium nesta segunda-feira era vendido nas lojas oficiais da Fifa por R$ 15.
Thiago Lavinas/GLOBOESPORTE.COM
Torcedor africano manda recado para Kaká
Um instrumento adorado pelos torcedores é o 'vuvuzela', uma espécie de corneta bem grande que faz muito barulho. A vuvuzela invadiu os estádios do país na década de 90 e caiu no gosto popular. Segundo Maluleke pode ser comprado por R$ 1 no subúrbio, mas no Free State Stadium nesta segunda-feira era vendido nas lojas oficiais da Fifa por R$ 15.
O local em que a torcida do Celtic acompanhou a vitória da seleção estava longe de ser um dos mais caros do estádio. O ingresso para aquele setor, atrás de um dos gols, era vendido por cerca de R$ 20. Com uma bandeira do Brasil pintada no rosto, Boggus Malema explicou que a maioria dos torcedores que estava ali é de origem humilde. - Somos trabalhadores que temos no futebol uma das grandes alegrias - disse Malema, que trabalha como operário na construção civil, uma área que cresceu muito no país com a Copa do Mundo de 2010. Surgiu, então, nos africanos a curiosidade de saber como se comportava a torcida brasileira.
E se surpreenderam ao saber que a festa nos estádios muitas vezes é manchada por vandalismo e atos de violência no país do futebol. - No Brasil tem muitas brigas de torcida? - perguntou Fikile Mokoena, um dos torcedores que fazia coreografia no estádio, parecendo estar assustado com a informação. Fikile Mokoena, de 29 anos, mora no subúrbio de Bloemfontein, em um distrito chamado Brandwag.
Fica a cerca de 50 minutos do Free State Stadium. Vestindo uma camisa amarela da seleção da África do Sul, ele praticamente não parou de pular a partida inteira. - Aqui não tem briga. Não vejo sentido nisso. Sai de casa e venho para o estádio para me divertir. Aqui é só motivo de alegria, não de brigas - completou.
Com a camisa da seleção brasileira, Fikile Mokoena foi torcer pelo time de Dunga contra o Egito
O jornalista esportivo Zola Doda explicou que a situação nos estádios da África do Sul mudou muito após o fim do Apartheid. As brigas, muitas vezes ligadas às questões raciais, são raras agora.
Com a camisa da seleção brasileira, Fikile Mokoena foi torcer pelo time de Dunga contra o Egito
O jornalista esportivo Zola Doda explicou que a situação nos estádios da África do Sul mudou muito após o fim do Apartheid. As brigas, muitas vezes ligadas às questões raciais, são raras agora.
- Na década de 80 os torcedores eram agressivos nos clássicos, mas o fim do Apartheid, nos anos 90, mudou muitas coisas neste país. Entre elas, trouxe a consciência de que o futebol é uma oportunidade de diversão, de união, mesmo entre adversários, e não mais uma forma de divisão da sociedade – explica o jornalista Zola Doda.
Com o empate do Egito no início do segundo tempo, os torcedores do Celtic resolveram apoiar a seleção africana. Gritavam "Egito", "Egito" por algumas vezes até o fim da partida. Mas, no fim, se renderam ao futebol brasileiro. E aplaudiram a seleção.
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fonte: globo