Satisfeito com a resposta recebida nos últimos anos, Colorado investe em argentinos e pode ter até quatro deles na Libertadores
O primeiro foi Guiñazu: começou correndo feito louco, chegou a jogar com um buraco no joelho, ficou revoltado com um médico que não o deixou voltar a campo após fraturar o braço. Virou ídolo da torcida e viu colorados cortando o cabelo em estilo moicano quando ele aparava as madeixas assim.
Depois, foi D’Alessandro, com o drible “La Boba”, passes precisos, muita estrela nos Gre-Nais e protagonismo nos títulos da Sul-Americana de 2008 e da Libertadores de 2010. Apesar de alguma inconstância, caiu na adoração dos torcedores, que chegaram a colocar o sobrenome do camisa 10 em seus filhos.
Veio Abbondanzieri: não conseguiu se firmar como titular absoluto, mas virou um dos líderes do elenco e conseguiu a façanha de convencer um árbitro a desmarcar um pênalti na Libertadores. Aposentou-se no Inter e no retorno do Mundial, mesmo com o fracasso contra o Mazembe, foi homenageado por colorados dentro do avião.
O histórico recente convenceu o Inter de que vale a pena seguir investindo em argentinos. O próximo da lista é Fernando Ezequiel Cavenaghi, atacante buscado no Mallorca, da Espanha. Ele chega a Porto Alegre nesta quinta-feira para fazer testes físicos, realizar exames médicos e, se for aprovado, assinar contrato de empréstimo por um ano, com possibilidade de compra ao final do vínculo. E o clube também estuda a contratação de Mario Bolatti, volante da Fiorentina, da Itália, e autor do gol que classificou a seleção então comandada por Maradona para a Copa do Mundo da África do Sul.
O Inter tenta deixar claro que não é aquele velho clichê da raça argentina que faz o clube investir em atletas do país vizinho. Isso pesa, mas não é determinante. O importante mesmo, alega o técnico Celso Roth, é a qualidade.
- Eles são jogadores de qualidade. É o primeiro item. Se não fossem, não pensaríamos como uma possível contratação, independentemente de serem brasileiros, argentinos ou de qualquer nacionalidade. O Cavenaghi já participou da seleção, está na Europa há tempo, e o Bolatti também participou ativamente da seleção. É isso que o Inter quer como referência: qualidade técnica, independentemente de serem argentinos. Na Libertadores, a facilidade da língua é uma vantagem. Não deixa de ser um item importante – comentou Roth.
A explicação de Roth faz sentido. O Inter não costuma buscar apostas argentinas. Prefere investir em jogadores que já deram alguma resposta. Com Guiñazu, o clube se encantou ainda em 2006, quando o enfrentou pelo Libertad, do Paraguai. D’Alessandro e Cavenaghi, quando despertaram o interesse vermelho, já eram jogadores famosos. Não é, com a mesma força, o caso de Bolatti, mas se trata de um atleta com passagem pela seleção argentina, que já deu alguns sinais que tranquilizam o clube para a contratação.
São negociações que, apesar do alto valor geralmente investido, costumam trazer inclusive benefícios financeiros, sem contar os títulos. As camisas 5 e 10, de Guiñazu e D’Alessandro, são as mais procuradas pelos torcedores do Inter.
fonte: globo