Martinuccio, do Peñarol, e Fabbro, do Cerro Porteño, interessam e fazem funções parecidas com a do Mago. Diretoria quer negócio a custo baixo
Valdivia segue no departamento médico do Verdão (Foto: Agência Estado)
Às vésperas do início do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras busca reforços pontuais para completar o elenco e seguir a temporada. Com restrições financeiras, o clube pretende aproveitar boas oportunidades na América do Sul para trazer nomes que agradem ao técnico Luiz Felipe Scolari. E dois deles, argentinos, estão na disputa da Taça Libertadores: os meias Alejandro Martinuccio, do Peñarol-URU, e Jonathan Fabbro, do Cerro Porteño-PAR. Insatisfeita com Valdivia, que está às voltas com lesões, a diretoria alviverde estuda alternativas que podem fazer sombra ao Mago.
Martinuccio é o preferido, por ser mais veloz e jogar tanto na meia quanto no ataque, sempre pelo lado esquerdo. O camisa 10 do Peñarol fez um dos gols que eliminaram o Internacional da Libertadores, na vitória por 2 a 1 no Beira-Rio. Aos 23 anos, o meia se encaixa no perfil procurado por Felipão e diretores - jovem, barato, com talento e potencial para brilhar. O contrato dele vence já em junho deste ano, o que pode facilitar a transação. Em fevereiro, o argentino viu uma negociação com o futebol russo melar, e desde então manifesta o desejo de trocar de clube ao fim de seu vínculo com os uruguaios.
Fabbro é mais velho - 29 anos - e já teve passagem apagada pelo Atlético-MG em 2006. Em 2011, ele é um dos destaques da boa campanha do Cerro na competição internacional. Por conta da idade, a diretoria alviverde não o trata com o mesmo entusiasmo.
O interesse em reforçar o meio-campo é notório. Valdivia se recupera de uma lesão na coxa esquerda e teve seu custo-benefício questionado pelo presidente Arnaldo Tirone. Lincoln, substituto imediato, também está machucado. O vice-presidente Roberto Frizzo não costuma falar sobre negociações em andamento, mas admite que o mercado sul-americano é atrativo para buscar atletas do setor.
- É um mercado interessante, tem ótimos jogadores nos times de fora e que não têm um custo tão alto. É só você ver esses argentinos que brilham aqui hoje. Vieram a custo baixo e hoje valem milhões, estão muito valorizados. Então olhamos, sim, para esse mercado - disse Frizzo.
Os exemplos mais claros para a cúpula palmeirense são dos argentinos Conca, do Fluminense, e Montillo, do Cruzeiro. O primeiro saiu do River Plate sem muito alarde, jogou bem no Vasco e virou o nome do título brasileiro do Flu em 2010. O segundo saiu cedo de seu país e só foi brilhar na Libertadores de 2010, pelo Universidad de Chile. A partir daí, chamou a atenção dos brasileiros e foi destaque do Brasileirão pelo clube mineiro.
Enquanto isso, Valdivia fica em situação delicada no clube. As declarações de Arnaldo Tirone ao "Jornal da Tarde" não causaram desconforto em diretoria e comissão técnica. Todos concordam que, até agora, o Mago foi mesmo um mau investimento. Por isso, o clube já não descarta envolvê-lo em alguma negociação.
Vale lembrar que o Palmeiras ainda tem uma dívida de 6,5 milhões de euros (cerca de R$ 14,9 milhões) com o banco Banif, que emitiu uma carta de crédito nesse mesmo valor, ajudando a pagar a transferência junto ao Al-Ain, dos Emirados Árabes Unidos. O não pagamento até o mês de agosto não tira o chileno do clube, apenas o deixa inadimplente em relação ao banco. Mesmo assim, a própria venda do jogador poderia ajudar na quitação da dívida, de acordo com conselheiros próximos à diretoria.
FONTE: GLOBO