Barcelona consegue vaga para a final da Liga dos Campeões em dia mágico para os ‘culés’ no Camp Nou. GLOBOESPORTE.COM acompanhou de perto
O mosaico que começou com 95 mil cartolinas coloridas virou um mar de guarda-chuvas e terminou como mãos gigantes batendo palma para Eric Abidal. A torcida do Barcelona não se importou com a forte chuva, lotou o Camp Nou e empurrou o time de Pep Guardiola para a final da Liga dos Campeões. E nem precisou de gol de Lionel Messi contra o Real Madrid: o protagonista da terça-feira foi um lateral-esquerdo que até pouco tempo atrás era mero coadjuvante entre as estrelas. Confira aqui a galeria de fotos do clássico.
O clima do clássico eterno Barcelona x Real Madrid, no Camp Nou (Foto: Thiago Dias / Globoesporte.com)
A placa com número 22 levantou pouco antes dos 45 minutos da etapa final. O placar já mostrava 1 a 1, o Real só conseguiria a vaga por milagre (precisava de mais dois gols) e a torcida comemorava na arquibancada. Era a senha para uma celebração como a de um gol. Após sofrer cirurgia para retirada de um tumor no fígado em 22 de março, Abidal estava entrando em campo no lugar de Puyol. Ovacionado, o lateral ficou 2 minutos e 57 segundos no gramado. Quando o árbitro Frank de Bleeckere apitou o final da partida, todos os jogadores correram para comemorar com o francês, que foi jogado para o ar. Quase tocou o céu.
Mas a festa da torcida culé começou bem antes disso. Talvez, quase uma semana antes: depois da vitória por 2 a 0 no Santiago Bernabéu, até o técnico José Mourinho já dava como certa a passagem do Barça para a final do dia 28 em Wembley. Os torcedores do clube catalão acreditaram no português e lotaram o Camp Nou: 95.701 pessoas entraram no estádio, mesmo com uma chuva que caiu durante quase todos os 90 minutos.
O espetáculo proporcionado pela torcida do Barça com seu mosaico (Foto: Thiago Dias / Globoesporte.com)
Segundo o jornal “Marca”, uma parte prejudicou o espetáculo ao imitar macaco em um lance de Marcelo e outro de Adebayor. Cenas incompatíveis com o futebol, mas feitas por uma minoria. A maioria estava ali para celebrar. Celebrar um time vencedor, um estilo de jogo e a si mesmo. Em vez de gritos xingando o rival, cantos de apoio ao seu clube. Vaias no volume máximo quando a escalação do Real apareceu no telão. Gritos de incentivo a cada nome dos atletas do Barça. Quando os jogadores entraram no gramado, a recepção de gala: “Obrigado, equipe” era a mensagem na arquibancada enfeitada com as cores do clube e da Catalunha, outro motivo de orgulho para os presentes.
CONEXÃO REP CINE: bastidores da cobertura de Barça x Real
Assim como no Bernabéu, a partida começou nervosa. Logo na primeira falta, o estádio inteiro reclamou. Pressão em De Bleeckere, um dos juízes citados por Mourinho como responsáveis por ajudar o Barcelona em jogos decisivos da Champions. Messi pouco parava em pé. Era pancada atrás de pancada no camisa 10 argentino. Como sempre, o Barça controlava a bola. Não a largava de jeito nenhum. O primeiro tempo terminou com 69% da posse com os donos da casa, que chutaram sete vezes ao gol contra nenhuma do rival.
David Villa sofre a marcação de Arbelo (Foto: Thiago Dias / Globoesporte.com)
O Real estava um pouco diferente. Sem Mourinho, suspenso, no banco – e no estádio -, o auxiliar Airto Karanka dividia a beira do gramado com Guardiola. Dentro das quatro linhas, Kaká e Higuaín ganharam lugar entre os titulares. O brasileiro foi mal, apagado. O argentino protagonizou a polêmica do dia: fez um gol logo no início da etapa final, mas o juiz anulou alegando falta de Cristiano Ronaldo em Mascherano.
Pouco depois, o gol que incendiou a torcida culé. Após passe de Iniesta, Pedro ganhou de Marcelo e abriu o placar para o Barcelona. Bem na frente do GLOBOESPORTE.COM, o goleiro Victor Valdés saiu correndo em direção a Guardiola, com o dedo apontado, como quem fala “esse é para você”. Logo em seguida, Mascherano também comemorou com o treinador. Estava aberto o caminho sem volta para Wembley.
Marcelo ainda empatou a partida para o Real, mas poucos no Camp Nou se importaram com isso. Os gritos de “Olé! Olé!” aumentavam de volume e ficaram quase que constantes. A cada troca de passes do Barça, o que não costuma ser difícil, a torcida delirava como em uma tourada.
De “Olé!” em “Olé”, Guardiola deu um presente para o Camp Nou. Abidal, que não deveria voltar a jogar nesta temporada, foi para o aquecimento. Os torcedores comemoravam como um gol. Quando o camisa 22 entrou, explosão. Final perfeito para um dia mágico dos culés.
fonte: globo