terça-feira, 10 de março de 2009

Em estado de graça no Atlético-MG, Tardelli lembra 'pindaíba' do Fla


Artilheiro do ano entre os times da Série A, jogador elogia o Galo e revela que perdeu uma casa porque o ex-clube atrasou salário


Tardelli comemora um dos 14 gols que fez pelo Atlético-MG
As manchetes ora pendem para Ronaldo, ora recaem sobre Keirrison. Fora do eixo Rio-São Paulo, Diego Tardelli reconhece que há uma diferença de tratamento da imprensa. Mas ele tem a fórmula ideal para “roubar” a atenção e direcioná-la para o Atlético-MG: gols, muitos gols. Até o momento, foram 14 no ano. A marca o coloca como artilheiro das equipes que disputarão a Série A do Campeonato Brasileiro.


O jogador chegou ao Galo em janeiro e diz que a grandeza do clube fez a adaptação ocorrer rapidamente. Situação bem diferente da vivenciada no ex-clube. De longe, ele acompanha o caos financeiro do Flamengo e lembra que perdeu até uma casa por causa do atraso no pagamento. - Dei o sinal para comprar o imóvel, mas o Flamengo atrasou e perdi. Me prejudiquei muito por causa disso (problemas financeiros) – declarou. Confira a entrevista de Tardelli:



GLOBOESPORTE.COM: Assim que deixou o Flamengo você falou que 2009 seria o seu ano. Até o momento, não se equivocou... Diego Tardelli: Tudo isso estava nos planos. Fiquei muito ansioso depois que quebrei o braço Tinha muito receio de como seria a volta porque perdi alguns movimentos do braço. Achava que sentiria um pouco de medo. Mas a fase boa de 2005 voltou. Não tenho nem palavras para explicar esse momento.


Só posso agradecer a essa torcida maravilhosa pela forma como está me tratando. (em agosto de 2008, Tardelli teve uma fratura no antebraço direito e ficou quatro meses afastados dos gramados) Por que a adaptação foi tão rápida? Todo mundo sabe que aqui no Brasil poucos clubes tem estrutura: São Paulo, Atlético-PR, Cruzeiro... Mas cheguei aqui e vi a grandeza que é o Atlético-MG. O ambiente é igual ao do São Paulo. A liberdade que temos aqui para trabalhar é de primeira qualidade.



Muito diferente do que vivenciou no Flamengo? No Flamengo faltou um pouco mais de estrutura. Não é nem uma crítica ao clube porque todo mundo sabe o que se passa por lá. Os jogadores precisam de um campo bom para treinar, tem que almoçar e jantar na concentração. Há coisas que faziam por lá e que não tinha por quê. Os constantes atrasos nos salários também incomodaram? Isso me atrapalhou bastante. A cabeça não ficava boa. Dei o sinal para comprar o imóvel, mas o Flamengo atrasou e perdi. Me prejudiquei muito por causa disso (problemas financeiros) Enquanto você tem 14 gols no ano, seu ex-companheiro Obina amarga um longo jejum. O Josiel, que fez quatro gols, também não tem muito prestígio. Dá para explicar por que os atacantes têm essa dificuldade no Flamengo?



O momento que o clube passa não deixa o jogador ficar tranquilo. A cabeça não fica boa. Se o Flamengo tivesse organização as coisas seriam diferentes. Apesar de tudo, espero que o Obina dê a volta por cima porque ele merece. Fase é assim mesmo. Ano passado, deu tudo errado para mim. Já agora está dando tudo certo... Pois é. Sei que a imprensa carioca e paulista repercutem mais e às vezes eu fico mais esquecido.


Mas esse momento bom me fez ficar em evidência. Espero manter esta média e chegar ao Brasileiro para ganhar prêmios. Esse é o melhor início de temporada da sua carreira? É bem parecido com o que eu passei em 2005, no São Paulo. Fui vice-artilheiro do Campeonato Paulista, conquistei a Libertadores... só que naquela época eu brigava pela seleção sub-20 e agora luto pela principal.


fonte: globo