Durante Rio+20, entidade, governo brasileiro e COL debatem importância do legado ambiental do Mundial de 2014 para o Brasil e para o mundo
Por Felippe Costa e Marcelo Baltar
Rio de Janeiro
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Futebol e Copa do Mundo também entraram no clima da Rio+20. Nesta terça-feira, em evento na Arena da Barra, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a Fifa fez uma apresentação sobre sustentabilidade, e usou os estádios do Mundial como exemplo de construções que adotam práticas relacionadas à preservação do meio ambiente. A entidade revelou ainda que serão investidos cerca de US$ 20 milhões (R$ 41 milhões) no país até 2014.
De acordo com Federico Addiechi, diretor de Responsabilidade Social Corporativa da Fifa, o valor corresponde a 0,7% de receita total da entidade e é destinado para projetos de sustentabilidade a cada quatro anos (ciclo das Copas). No Brasil, Federico disse que algumas obras já começaram, mas que a maioria dos investimentos serão feitos entre 2013 e 2014 em projetos como: capacitação de voluntários, capacitação de gestão de estádios, desenvolvimento comunitário, reciclagem e logística de transporte.
O evento contou com um debate sobre sustentabilidade entre o secretário executivo do ministério do Esporte, Luis Fernandes, o ex-jogador e membro do Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014, Bebeto, e Federico. O diretor da Fifa falou sobre o envolvimento da entidade com a preservação do meio ambiente e explicou como a Copa do Mundo pode ajudar na questão da sustentabilidade.
- Essa é uma possiblidade de mostrar ao mundo que o esporte, o futebol, e a Copa do Mundo não estão desligado do tema sustentailidade. Temos uma séria responsabilidade e vamos ter a possibilidade de mostrar isso na Copa do Mundo. Há três décadas trabalhamos com sustentabilidade. Nas duas primeiras, admito que estavamos muito distantes, passivos. Apoiávamos a ONU, mas nao estávamos tão comprometidos. Em 2005, a ONU convidou a Fifa para se envolver mais. A Fifa foi uma das primeiras organizações esportivas a se envolver na causa. Aceitamos fazer parte da missão de fazer um futuro melhor para o Planeta. A Fifa também foi a primeira organização esportiva a criar todo um departamento para tratar de sustentabilidade. Percebemos quando começamos a trabalhar com o Brasil que precisávamos de um envolvimento ainda maior para fazer um trabalho ainda melhor dos que foram feitos nas últimas Copas do Mundo. Acredito que para termos sucesso nesse debate precisamos mostrar exemplos. Nada melhor do que usar o esporte mais popular do mundo, e é isso que estamos tentando fazer. Tenho certeza que vamos conseguir realizar uma Copa do Mundo sustentável no Brasil. É uma oportunidade de passar uma mensagem para bilhões de fãs de futebol – disse o diretor da Fifa.
Segundo a Fifa, 10 das 12 sedes da Copa de 2014 solicitaram a certificação LEED (sigla em inglês para Liderança em Energia e Design Ambiental), emitida pela organização não governamental Green Building Council (GBC). Luis Fernandes ressaltou que esse será um dos grandes legados do Mundial para o Brasil e para o mundo.
- Precisamos ter uma sustentabilidade democrática e ambiental. Nossa preocupação é focar num desenvolvimento natural e integral. É uma iniciativa que casa com o esforço do governo brasileiro de promover o crescimento econômico, juntamente com a preservação ambiental. Sediar a Copa é uma oportunidade de ter os olhos do mundo voltados para o Brasil. As cidades-sede estão preocupadas com a questão ambiental. Podemos, nos preparativos para a Copa do Mundo, deixar esse legado ambiental para o Brasil e servir de exemplo para o mundo.
O LEED é um sistema de certificação e orientação ambiental de edificações criado pelo Green Building Council, sendo um selo de reconhecimento internacional e utilizado em mais de 130 países no mundo, inclusive no Brasil. A pontuação que varia de 40 a 110, divide o selo e;ç,;okm diferentes níveis: Básico, Silver, Gold e Platinum. Os critérios da certificação LEED no Brasil englobam seis itens: eficiência energética; uso racional da água; materiais e recursos; qualidade ambiental interna; espaço sustentável; inovações e tecnologias e créditos regionais.
Ainda na Rio+20, Fifa e o COL produzirão juntos um extenso relatório de sustentabilidade de acordo com a estrutura da GRI. Além disso, para Rússia e Catar, sedes da Copa do Mundo em 2018 e 2022, respectivamente, os compromissos sociais e ambientais já foram elementos compulsórios do processo de candidatura. Ainda como resultado das iniciativas voluntárias nos estádios do Mundial brasileiro, a certificação ambiental será obrigatória na construção de todas as arenas da Copa do Mundo em solo russo e catariano.
fonte: globo