Empolgado após vitória sobre o Palmeiras, jogador vê elenco no caminho certo para encerrar jejum de conquistas nacionais do Atlético-MG
Por Léo Simonini
Belo Horizonte
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Clube novo, vida nova. Essa parece ser a máxima de Ronaldinho Gaúcho agora que ele defende as cores alvinegras. O jogador, que se recusou a falar com a imprensa antes de estrear pelo Atlético-MG, o que aconteceu no último sábado, contra o Palmeiras, conversou com os jornalistas nesta quinta-feira, na Cidade do Galo. Um assunto, no entanto, estava banido das perguntas: o Flamengo. Antes de o jogador chegar à sala de imprensa, a assessoria do clube atleticano disse que ele falaria sobre qualquer assunto, exceção feita às perguntas relacionadas ao time da Gávea.
No entanto, em dado momento, citou o Flamengo ao dizer que veio de "saída conturbada de um clube".
Participar das coletivas, pelo menos até o momento, não é comum para o meia, já que durante o tempo em que esteve no Flamengo (16 meses) ele concedeu entrevista em apenas sete oportunidades, fato explicado de forma direta por ele.
- É porque não gosto muito de falar mesmo.
Em Belo Horizonte, Ronaldo falou apenas uma vez, no dia da apresentação ao novo clube, em 4 de junho. Depois, após a vitória sobre o Palmeiras, falou ainda no gramado.
Sabatinado pelos jornalistas, Ronaldinho conversou sobre o posicionamento em campo, o dia a dia com os novos companheiros, treinamentos e a convivência no novo clube, com o qual teve uma negociação rápida e acertou até o final do ano. Confira abaixo os principais trechos:
Estreia com a camisa do Atlético-MG
Me senti muito bem, é muito bom começar com uma vitória, com poucos dias de treinamento com o resto do grupo, todo mundo procurando me ajudar. Os primeiros dias foram de muita alegria.
Amigos fora de campo
Estou bem ambientado, conhecendo aos poucos os companheiros, me adaptando muito bem. Agora, o mais importante é a adaptação dentro do campo, o resto vem com o tempo.
Função diferente da desempenhada no Flamengo
É uma função que eu já tinha feito desde a época das categorias de base, de jogar como meia atrás do atacante. Para mim não tem problema nenhum. Se ele (Cuca) quiser que eu faça essa função, não tem problema.
Contrato curto com o Galo
Foi uma decisão rápida porque precisava de uma negociação rápida, o Campeonato Brasileiro já estava em andamento.
Motivação
É muito bom chegar e ser bem recebido, vim de uma saída conturbada de um clube. Aqui todo mundo está me tratando muito bem, isso foi muito importante para mim. Estreamos com uma vitória, é um grupo de jogadores que quer muito vencer, sabem da importância que tem um título para esse clube, que faz muito tempo que não vence. Quem faz parte desse grupo quer (ser campeão), todo mundo está muito motivado.
Tratamento de ídolo no elenco
Não sou de falar muito, converso mais sobre situações de jogo, troco informações, a gente vai se conhecendo. Procuro saber como gostam de receber a bola, que tipo de movimentação, para conseguir esse entrosamento. Eu já passei por isso (jogar com um ídolo) quando cheguei à Seleção, no Grêmio, de jogar com os meus ídolos. Me sinto muito feliz por estar passando por isso.
Expectativa no Brasileirão
Tenho muita confiança. Depois de muitos anos fora do futebol brasileiro voltei a disputar um Brasileiro ano passado e sei da importância de arrancar bem. Se a gente fizer um bom primeiro turno, chegamos com tranquilidade no segundo. São jogadores (do elenco atleticano) que vieram de dois anos complicados, eles também sabem da importância. Este é um grupo muito motivado.
Preparo físico
Acredito que estou bem, até mesmo porque durante minha carreira nunca tive um histórico de lesões. Desde que voltei para o Brasil joguei quase todos os jogos, e meu objetivo aqui no Atlético é fazer todos, não ter nenhuma lesão, não ficar fora por suspensão.
Centro das atenções após os treinos
É legal, acho que depois que acaba o treino é um momento de descontração que a gente gosta de ficar brincando com a bola. Sempre gostei de brincar com a bola e tudo aquilo que eles viam pela televisão agora ficam vendo ali do lado. Isso é muito normal, da mesma forma que eles me observam, eu fico olhando eles.
FONTE: GLOBO