Tricolor, garantido na final por ter conquistado o primeiro turno, perde invencibilidade de 51 jogos no Olímpico com derrota de 2 a 1 para o Pelotas
De que valem 15 vitórias seguidas? Pouco, quase nada diante de uma eliminação precoce, nas quartas de final do segundo turno, para o Pelotas, em pleno Olímpico. Pior ainda com a perda de uma invencibilidade de 51 partidas em casa. Sorte para o Grêmio que a conquista da metade inicial do Gauchão garantiu a sua presença na decisão estadual, porque a atuação trágica e a consequente derrota de 2 a 1 para o Lobão (assista aos gols no vídeo ao lado), na noite desta quinta-feira, foram uma pancada difícil de aturar. O Tricolor está eliminado da Taça Fábio Koff.
Resta esperar o vencedor do returno para saber quem será o oponente na decisão estadual. São quatro candidatos: Inter, Ypiranga, São José POA e o próprio Pelotas. O Grêmio não perdia em casa desde setembro de 2008. Escolheu péssima hora para encerrar a invencibilidade. E não tem muito do que reclamar. Jogou muito mal e acabou derrotado de virada, com dois gols de pênalti no segundo tempo.
Com a vitória, o Pelotas duela com o São José nas semifinais. A outra partida reúne o Inter e o Ypiranga. O Tricolor volta a campo na próxima quarta-feira, mas pela Copa do Brasil. O adversário é o Avaí, no Olímpico.
Mais sorte do que juízo: Grêmio larga na frente
Foi um primeiro tempo de péssimo futebol para o Grêmio. E, mesmo assim, de vitória. O Tricolor foi dominado pelo Pelotas em boa parte da etapa inicial, viu o adversário criar chances de gol, exagerou nos erros de passes e chegou a irritar a torcida. Teve mais sorte do que juízo. Marcou aos 47 minutos, com Maylson. Encontrou um alívio que não merecia.
Só deu Pelotas até os 30 minutos. O Lobão só não abocanhou o Grêmio porque faltou capricho na conclusão. Maicon Sapucaia arriscou a gol, mas torto. Alex Dias tentou duas vezes, ambas para fora. Bruno Salvador não conseguiu dominar dentro da área e perdeu chance clara. Do outro lado, nada. Com o ataque enrolado, o time de Silas se mostrou quase sempre improdutivo. Quase...
O Tricolor sai na frente no Olímpico, mas a comemoração solitária deu lugar à decepção coletiva
A primeira chance de gol do Grêmio só ocorreu aos 32 minutos. Maylson cruzou da direita, e Bergson não conseguiu completar. O próprio atacante tentou a gol pouco depois, mas fraco. E aí saiu o gol, nascido de um momento bizarro. Jonathas Costa conseguiu errar um arremesso lateral, que foi invertido, passou para o Grêmio. Na cobrança, a bola chegou até Bergson. O garoto brigou dentro da área e mandou o cruzamento. Maylson, livre, completou: 1 a 0.
Antes, havia ocorrido pênalti em Jonas. Jonathas Costa colocou a mão no peito do atacante. Foi dentro da área. O árbitro ignorou o lance. Silas quase pulou no pescoço do bandeirinha, mas não adiantou.
Pelotas vira com dois gols de pênalti
É engraçado: o Grêmio foi muito mal no primeiro tempo e largou na frente; no segundo, quando melhorou (pouco, mas melhorou), cedeu o empate. Em uma etapa final que caminhava sem grandes sustos, com o ataque do Pelotas mais controlado, o time tricolor foi vazado. E da forma mais inesperada: em um erro de cálculo do goleiro Victor.
Foi aos 20 minutos. Tiago Duarte foi lançado às costas da zaga do Grêmio, completamente desarrumada. Victor resolveu sair para abafar a jogada. Mas não tinha tempo hábil para isso. Resultado: empurrou o jogador do Lobão pelas costas. Pênalti. O próprio Tiago Duarte bateu e, com paradinha, marcou: 1 a 1.
Era um momento em que os gremistas calculavam o peso do gol claro perdido por Jonas, de cabeça, aos 13 minutos. De frente para a meta adversária, ele desviou para fora. Custou caro. Com o gol marcado pelo Pelotas pouco depois, o time de Silas se viu obrigado a correr riscos. O negócio foi partir ao ataque, tentar o gol, mesmo que de forma esbaforida. E o Lobão, no contra-ataque, sempre com os dentes à mostra, pronto para mais uma mordida.
A decepção tricolor contrasta com a alegria dos jogadores do Pelotas na comemoração de um dos gols
E que mordida! Aos 32 minutos, Clodoaldo recebeu pela esquerda e entrou na área. Ao fintar Mário Fernandes, desabou na área. O árbitro deu pênalti. Mário levantou os braços. Jurou de pé junto que não tocou no adversário. A conclusão do lance duvidoso ficou novamente a cargo de Tiago Duarte. E ele fez. Era a virada do Pelotas.
O resto foi desespero. O Grêmio atuou de qualquer jeito, sem organização e planejamento. Para piorar, Douglas deu uma bolada no auxiliar. Foi expulso. Estava encerrada, de forma melancólica, a participação gremista no segundo turno do Campeonato Gaúcho.
fonte: globo