sexta-feira, 28 de maio de 2010

Mesmo com lugares vazios, Fifa afirma que não doará ingressos

Secretário-geral lamenta ainda que apenas 40 mil entradas foram vendidas para outros países da África


Jerome Valcke e Danny Jordan na coletiva da FIFA
Jérôme Valcke e Danny Jordan explicam critérios da
Fifa para venda de ingressos (Foto: Thiago Dias)

“Não daremos ingressos de graça, mesmo que 100 mil estejam sobrando”. A frase é do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, dita nesta quinta-feira durante uma entrevista coletiva no estádio Ellis Park sobre a venda de ingressos para a Copa do Mundo. O dirigente fez um balanço sobre a operação e avisou que não haverá mais distribuição gratuita na África do Sul.

Segundo a Fifa, há ainda 160.523 ingressos disponíveis para os torcedores em todos os jogos do Mundial. Eles serão colocados à venda a partir desta sexta, às 4h (de Brasília, 9h no horário local), em pontos espalhados pela África do Sul e no site oficial da Fifa. A frase de Valcke encerra a esperança de quem não tem dinheiro para comprar entradas. A mais barata custa cerca de R$ 40, vendidas apenas para sul-africanos.

Posso até parecer malvado falando isso, mas não daremos ingressos. Há companhias que compraram vários ingressos e acabam deixando espaços vazios nos estádios. Para a Fifa, todo ingresso vendido significa um lugar ocupado. Estamos trabalhando para que os estádios estejam ocupados de acordo com a carga vendida – afirmou o secretário-geral.

A Fifa colocou 2,88 milhões de ingressos à venda e disse que 96% já foram negociados. Destes, 1,3 milhões estão nas mãos de sul-africanos. Mas apenas 40 mil foram vendidos para os outros países da África.

Esse número nos deixou decepcionados. Temos que estudar para saber o que aconteceu e corrigir isso, pois queremos sul-americanos no Brasil em 2014. Sabemos que é difícil viajar pela África, a maioria das conexões tem que ser feita em aeroportos na Europa. É decepcionante porque é uma Copa da África. Não sabemos quando haverá outra Copa no continente, pode ser só daqui 40 anos, quem sabe? - lamentou Valcke.

Diretor-executivo do Comitê Organizador, Danny Jordaan se defendeu de críticas sobre o elevado preço dos ingressos para o público local. Segundo o dirigente, os valores são um padrão da Fifa, independentemente do país onde o Mundial é realizado.

- É uma Copa do Mundo, um evento mundial. São preços fixos, não podemos mudar tudo só porque a Copa é no continente. Criamos a categoria 4, com entradas mais baratas que em 2002 ou 2006. Ainda tivemos um fundo de ingressos de graça para escolas e operários que trabalharam nas construções. Esses preços têm uma estrutura que deve ser mantida, não queremos mostrar que essa Copa era menor que as outras. Queremos uma Copa grande, com bons estádios, boa atmosfera, e até melhor que as outras em alguns pontos - concluiu.

fonte: globo