Meia, que chegou a ser afastado do time, deixa o campo ovacionado. Gigante da Colina consegue maior vitória no duelo contra o Diabo
O Vasco entrou em campo contra o América sem chance de se classificar para as semifinais da Taça Guanabara, mas nem por isso a partida tinha pouca importância para o time. Depois dos dias turbulentos com o péssimo início de campeonato, a equipe precisava vencer para ter a convicção que está no caminho certo para se recuperar. A goleada por 9 a 0 não só dá essa certeza, como parece ter lavado a alma dos jogadores cruzmaltinos. Um deles, em especial.
Perseguido pela torcida, Felipe era apontado como um dos culpados pelo mau momento do time e chegou a ser afastado da equipe. Mas, ao se machucar ainda no primeiro tempo, deixou o gramado ovacionado. O meia, que disse durante a semana que era mais fácil a estátua de Romário fazer um gol do que ele, deixou sua marca no triunfo vascaíno. Fagner, Marcel, Caíque, Jéferson, Enrico (2) e Ramon (2), fizeram os outros.
Felipe comemora seu gol abraçado com Eder Luis (Foto: FOTOCOM.NET)
Apesar da goleada, a maior na história do confronto entre os times (até este domingo, o recorde era Vasco 8 x 2 América, no dia 14/08/1949), o Vasco está na quinta posição da Taça Guanabara, com sete pontos, enquanto o América está em sétimo, com quatro. Porém, as duas equipes podem perder uma posição, dependendo dos resultados deste domingo.
Com o fim da Taça Guanabara para as duas equipes, ambas só voltam a disputar uma partida pelo Campeonato Carioca no dia 5 de março. Pela primeira rodada da Taça Rio, o América encara o Cabofriense e o Vasco pega o Macaé. Antes, porém, o Gigante da Colina tem um compromisso pela Copa do Brasil. No dia 23, a equipe encara o Comercial-MS.
Felipe ‘vence duelo com estátua’ e Vasco começa com tudo
Nos primeiros minutos de jogo, o América partiu para cima do Vasco e deu a impressão que criaria dificuldades ao time cruzmaltino. Mero engano. Bastou o primeiro ataque para o Gigante da Colina se impor em campo e abrir o placar. Fagner puxou contra-ataque pela direita e tocou para Eder Luis. O atacante devolveu para o lateral dentro da área. Mesmo se enrolando para dominar a bola, Fagner conseguiu desferir um chute certeiro.1 a 0 Vasco.
O América tentou dar a resposta. Edson arriscou de longe e a bola passou perto. Felipe Adão chegou a assustar em cobrança de falta. Mas era o Vasco que chegava com mais perigo. Eder Luis, que parece ter voltado aos seus bons tempos, recebeu na esquerda e rolou para Felipe na entrada da área. O meia, que disse durante a semana que era mais fácil a estátua do Romário fazer gol do que ele, encheu o pé e contou com a sorte ao ter seu chute desviado em Bruno para ampliar o marcador. Na comemoração, foi abraçado por todos os companheiros.
Caíque fez o sexto do time (Foto: FOTOCOM.NET)
O Vasco cresceu e o América se intimidou. Voltando ao time após sofrer lesão na mão, Fellipe Bastos chamou a responsabilidade nas cobranças de bola parada de longe. Em uma delas, de quase do meio do campo, o volante mandou uma bomba com a direção certa. Mota fez bonita defesa. No banco, Ricardo Gomes se espantou com o chute. “Ele vai chutar dali mesmo?”, perguntou aos auxiliares, antes da batida
Mota nem teve tempo de comemorar sua boa defesa. Logo em seguida, Ramon sofreu falta perto da área. O próprio lateral bateu com efeito e o goleiro, que pulou para o lado errado, aceitou. Festa dos torcedores do Vasco, que emendaram a comemoração do terceiro com a do quarto gol. Dois minutos após o gol de Ramon, Marcel mandou de cabeça para as redes, após cobrança de escanteio.
Eder Luis continuava a todo vapor e comandava o ataque cruzmaltino. De seus pés, quase saiu o quinto gol, em chute cruzado da entrada da área. Nervoso, o time do América estava atabalhoado em campo. Leandrinho, ao disputar bola com Felipe, acertou o dedo no olho do meia. O jogador cruzmaltino pediu para sair e foi ovacionado pela torcida.
No lugar de Felipe entrou Enrico que, em dois minutos em campo, fez também seu gol. Eder Luis recebeu em velocidade pela direita e cruzou na medida para o meia mandar para as redes e fazer o Vasco sair para o intervalo com a vantagem de cinco gols no placar.
Vasco amplia e Lulinha joga toalha
O América voltou para o segundo tempo com Wellington no lugar de Hugo. Nas palavras de Lulinha, o time alvirrubro tinha que se defender e tentar minimizar o vexame. Do lado cruzmaltino, Ricardo Gomes tirou Eder Luis, que sentiu dores na panturrilha, e colocou Caíque.
Se Eder estava inspirado na armação de jogadas, Caíque já chegou mandando a bola para dentro do gol. Em boa troca de passes com Fagner, o atacante recebeu dentro da área e, livre, bateu para as redes. O Vasco seguiu na pressão e a defesa do América cada vez se via mais perdida. Ronan tentou sair com a bola pelo meio da área e entregou nos pés de Ramon, que bateu rasteiro e fez o sétimo.
No tempo técnico para beber água, aos 20 minutos, Lulinha reclamou com seus jogadores sobre a postura ofensiva deles. O treinador do América mandou que seus atletas não saíssem para o ataque. “Quer fazer gol de honra para quê?”, questionou.
Mas não adiantou. O América voltou a falhar na defesa e Fellipe Bastos aproveitou para dar um passe açucarado para Jeferson no meio da área. O meia não perdeu a oportunidade e fez o oitavo do time. Jeferson quase fez o nono, após mais uma falha da defesa alvirrubra que o deixou livre na entrada da área. O chute, porém, foi para fora.
O Vasco seguiu na pressão e chegou a ter os dois zagueiros ao mesmo tempo no ataque. Dedé e Anderson Martins se aventuraram na frente, mas não conseguiram marcar. Quem fez o nono foi Enrico, que recebeu na esquerda, cortou o zagueiro, e mandou para as redes.
A torcida pediu nas arquibancadas o décimo, mas o árbitro Wagner do Santos Rosa, diante da situação, decidiu não dar acréscimo e encerrou a partida segundos antes dos 45.
Mota; Edson, Luiz Antônio, Ronan, Bruno Santos; Ives, Rodolpho (Thiago Panelli), Felipe Silva e Leandrinho (Allanzinho); Hugo (Wellington) e Felipe Adão | Fernando Prass; Fagner, Dedé, Anderson Martins e Ramon; Romulo, Fellipe Bastos, Felipe (Enrico) e Jeferson; Eder Luis (Caíque) e Marcel (Patric). |
Técnico: Lulinha | Técnico: Ricardo Gomes |
Gols: Fagner, aos 4, Felipe, aos 18, Ramon, aos 23, Marcel, ao 25 e Enrico, aos 37 do primeiro tempo, para o Vasco. Caíque, aos 5, Ramon aos 18, Jeferson, aos 24, Enrico, aos 44, do segundo tempo para o Vasco. | |
Cartões amarelos: Bruno (América) e Fellipe Bastos e Ramon (Vasco) | |
Estádio: Raulino de Oliveira (Volta Redonda). Data: 12/2/2011. Árbitro: Wagner do Santos Rosa. Auxiliares: Alexandre Eller e José Carlos Batista de Arruda |
fonte: globo