Presidente da CBF diz que trabalho 'está no caminho certo', mas afirma que meta não é só ganhar Mundial. 'Objetivo tem que ser agora nas Olimpíadas'
Por SporTV.com
Nova York
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A derrota do Brasil para o México por 2 a 0 não gerou preocupação no presidente da CBF, José Maria Marin. Em entrevista ao"Bem, Amigos!" nesta segunda-feira, o dirigente elogiou Mano Menezes e disse que o trabalho realizado pelo treinador "está no caminho certo".
- O primeiro gol (mexicano) foi sem querer. E no segundo houve uma falha dupla. O nosso goleiro não fez uma defesa difícil sequer na partida. Então, isto não serve para classificar como uma má atuação. Estou totalmente tranquilo. Claro que queríamos a vitória. Mas não diminui em nada o trabalho que está sendo feito - afirmou.
Marin repetiu que o que mantém um treinador no cargo "são os resultados", mas minimizou a derrota em Dallas (EUA) e revelou que cumprimentou Mano após a partida. Por outro lado, deixou clara a importância de um bom resultado do Brasil nos Jogos Olímpicos de Londres. E também na Copa das Confederações em 2013.
- Fiquei triste com a derrota para o México. Mas é um detalhe dentro do objetivo maior. E qual é o objetivo maior? Não é só 2014. O nosso objetivo maior tem que ser agora nas Olímpíadas. Tem que ser na Copa das Confederações. E depois vamos chegar na Copa do Mundo. Se cuidarmos com cuidado desde já de formar uma grande seleção para as Olimpíadas, trazer um título que nunca conquistamos ... Isso não quer dizer que eu desconfio do trabalho do Mano. Absolutamente. É uma questão de objetivos. Se nós ficarmos pensando fixo em 2014, nós vamos fazer um papel ridículo nas Olimpíadas e maior ainda nas Copas das Confederações - disse Marin.
- Quando a Seleção entra em campo, tudo é prioridade - resumiu.
Se nós ficarmos pensando fixo em 2014, nós vamos fazer um papel ridículo nas Olimpíadas"
José Maria Marin
Sobre a polêmica de exigir que as listas de convocados sejam apresentadas a ele com 48 horas de antecedência, o presidente da CBF defendeu o acesso antecipado à relação como um direito.
- Será que eu preciso ir ao jornaleiro, ouvir no rádio para saber quem foi convocado? Isso é brincadeira. Tenho direito, obrigação de saber os elementos que serão convocados.
E garantiu que não fez ou fará interferências nas listas.
- Eu nunca vetei ou indiquei (algum jogador). E nunca vai acontecer isso - prometeu.
Questionado sobre uma possível crítica a uma convocação de Ronaldinho Gaúcho, Marin negou ter citado o nome do meia. Mas revelou que conversou com Andres Sanches, diretor de seleções da CBF, sobre a "filosofia de trabalho" que gostaria de ver na Seleção após sua posse.
- Dentro dessa filosofia, têm jogadores, ao meu ver, que não se têm condições, por vários fatores, de defender o Brasil agora, muito menos em 2014 - disse, garantindo que não se referiu especificamente ao agora atleta do Atlético-MG.
Elogio ao grupo atual da Seleção
O presidente da CBF destacou o grupo que está sendo formado por Mano Menezes e reservou elogios específicos para o zagueiro Thiago Silva, a quem chamou de "grande capitão".
- Dá gosto de ver o grupo que está sendo formado (...) Se você ver o clima que reina na Seleção, é gostoso, descontraído. É um grupo fabuloso. O grupo é unido. O que o brasileiro quer ver, quer sentir, é a disposição. E neste grupo coisa que não falta é disposição - afirmou.
- Ninguém está fazendo um favor de estar defendendo a Seleção. Hoje existe participação efetiva. Isto já é uma grande vitória nossa. Então, o resultado de ontem (domingo) fica completamente secundário - completou.
- Houve uma renovação de mentalidade. (A Seleção) não precisa de favor de nenhum jogador. Quero que venha defender com alegria, com prazer e com vontade de vencer.