sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ricardo Teixeira defende Maracanã e diz que projeto para 2014 resolve problemas

Presidente da CBF garante não ter ficado preocupado com problemas apresentados pelo Rio de Janeiro após o temporal de segunda

Dunga, durante o discurso na ABL: 'Quando entro em uma luta, entro para vencer'

Vestiários completamente alagados, um gramado que parecia um lago marrom. No entorno do estádio, muito lixo, lama e água. A chuva que castigou a cidade do Rio de Janeiro na última segunda-feira mostrou a fragilidade do Maracanã, provável palco da final da Copa do Mundo de 2014. O jogo entre Flamengo e Universidad de Chile, pela Taça Libertadores, precisou ser adiado porque o estádio não tinha condições de receber a partida na quarta-feira à noite. Nesta quinta, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, minimizou os problemas apresentados pelo estádio carioca após participar de um painel sobre "Literatura e Futebol", na Academia Brasileira de Letras.

Segundo o dirigente, o Maracanã não deve sofrer com alagamentos após passar pelas reformas previstas para a Copa do Mundo de 2014. No projeto apresentado à Fifa, o Governo do Rio prevê o rebaixamento do lençol freático que existe na região do estádio.

- O projeto do Maracanã fala que vai baixar o lençol (freático) e vai resolver alguns problemas que o Maracanã tem. Sobre a catástrofe no Rio de Janeiro e em Niterói, isso aconteceu no México seis meses antes de uma Copa do Mundo com um terremoto, que arrasou a Cidade do México. E eles fizeram a Copa do Mundo sem problema algum.

Ricardo Teixeira também comentou as críticas que vem recebendo em São Paulo por causa dos comentários sobre o estádio do Morumbi.

- Volta o assunto a toda hora do Morumbi. O Morumbi não mandou as respostas que a Fifa pediu. A situação do Morumbi é das mais simples e quero definitivamente encerrar logo esse assunto. Quero que o Morumbi cumpra as determinações da Fifa. E aí ele será, se estiver enquadrado, o estádio da abertura, o estádio de jogos de oitavas, o estádio de jogos das semifinais. Desde que cumpra as orientações da Fifa. Simples - disse Ricardo Teixeira.

Dunga é aplaudido por público na ABL

Além de Ricardo Teixeira, o presidente de honra da Fifa, João Havelange, e o técnico da seleção brasileira, Dunga, participaram do painel sobre "Literatura e Futebol", na Academia Brasileira de Letras, no centro do Rio de Janeiro.

O treinador, aliás, foi aplaudido pelo público ao falar sobre a seleção brasileira. Dunga, mais uma vez, fez críticas indiretas ao trabalho da imprensa.

- A crítica sempre precisa ser negativa? Será que é proibido elogiar? E aqui eu vi pessoas falando do que o futebol tem de melhor. Da alegria, da felicidade. (...) Muitas pessoas nos tratam de uma forma irônica quando falo em convicção. E isso é fazer o melhor para a seleção brasileira. (...) Me pergunto por que as pessoas não tiram um pouco a raiva e o rancor e colocam um pouco de amor no seu país. A vitória não é eterna e a derrota também não é definitiva. E o futebol é como a vida. É resultado. Nem sempre vamos conseguir vencer, mas temos que estar sempre o mais próximo possível da vitória – disse Dunga.

O treinador aproveitou também para falar que muitas pessoas não entendem a sua personalidade, o estilo gaúcho de ser.

- Quando entro em uma luta, entro para vencer. Não gosto que falem mal do meu país, mas eu posso falar. Não gosto que falem mal dos meus jogadores, mas eu posso falar. Eu sou assim. Não falo aquilo que as pessoas querem ouvir. Falo aquilo que as pessoas têm que ouvir. Eu tenho que deitar, colocar a minha cabeça no travesseiro e dormir tranquilo. Sou assim - disse.

Após Dunga realizar o discurso de cerca de 15 minutos, o presidente Ricardo Teixeira brincou com o treinador da seleção.

- Amanhã vão falar que você fez uma palestra na Academia Brasileira de Letras - disse Ricardo Teixeira.

- E que eu estava bravo - respondeu Dunga.