Dirigente tem de contornar problemas estruturais e políticos
Zico reclama do descaso dos últimos anos no Flamengo (Crédito: Paulo Sérgio)
Contratado para colocar ordem na casa, Zico começa a perceber que os obstáculos e a desordem são bem maiores do que imaginava. Quase dois meses após assumir o cargo de diretor executivo, o Galinho já dá sinais de descontentamento. A visita de Fio Maravilha, sexta-feira, foi como uma viagem no túnel do tempo, uma volta à época em que o Flamengo vivia mais preocupado com títulos do que com graves problemas estruturais e políticos.
A dimensão da contrariedade do ídolo pôde ser medida por intermédio da coluna que escreveu em seu site oficial (www.ziconarede.com.br).
Nela, além de pedir paciência ao torcedor, Zico reconheceu também que existem forças contrárias ao seu trabalho e que a burocracia atravanca o bom andamento das mudanças.
– Não há como mexer e curar essa ferida tão grande sem um pouco de dor – escreveu Zico, em seu site.
Ciente do enorme desafio, o Galinho preferiu o silêncio a colocar os opositores no foco da discussão. Segundo ele, seus desafetos “se escondem, não têm rosto.” Perguntado sobre as declarações de Tulio Formicolla, diretor de marketing da Olimpykus, que garantiu ter R$ 1 milhão da patrocinadora à espera do Flamengo para contratar reforços, Zico foi irônico.
– Que falar de mercado que nada. Mercado somente o Hortifruti – esquivou-se o Galinho, deixando claro que não gostou do que ouviu.
A infundada notícia da troca de Kleberson por Gilberto Silva, revelada por um integrante da diretoria, também irritou Zico. Outro ponto de descontentamento do Galinho diz respeito às divisões de base do clube, uma das suas prioridades administrativas.
Irritado, não poupou críticas às antigas administrações, que deixaram, por exemplo, Fabrício, formado na base, sair sem que o clube tenha faturado um centavo sequer.
– Vários problemas que temos no time profissional, atualmente, são reflexos de alguns anos de descaso – reclamou Zico, também por intermédio de seu site oficial.