Técnico modifica o time que era comandado por Silas, conserta o sistema defensivo e dá mais liberdade e Douglas para criar
Da passagem de Silas pelo Estádio Olímpico, uma das mais fortes discussões remanescentes dirigia-se aos volantes do Grêmio. Quem é o primeiro marcador? E o segundo? Por que ambos passam da linha da bola quando a equipe está atacando, criando espaços à transição ofensiva adversária?
Ninguém esquivou-se das críticas. Todos os volantes utilizados por Silas receberam, em algum momento, reprovação pela vulnerabilidade na proteção central à defesa. Ferdinando, Fábio Rochemback, Willian Magrão...apenas Adilson conquistou algum crédito, ainda que sua verdadeira função continuasse uma incógnita.
Quando Renato Gaúcho substituiu Silas, o impasse persistia. De imediato, ele manteve praticamente o desenho, delegando a Fábio Rochemback e Adilson posicionamentos semelhantes à época anterior, alinhados e centralizados. Mas lesões e suspensões ajudaram o treinador a encontrar respostas àquelas perguntas legadas pelo antecessor.
Renato arquitetou o Grêmio no 4-4-2, aplicando ao sistema tático o desenho de um losango no meio-campo. O setor conta agora com uma organização defensiva mais clara, freando o ímpeto dos volantes. É desta forma que a equipe acumula invencibilidade de oito jogos, detém a melhor campanha do segundo turno, e disputa classificação à Taça Libertadores 2011.
Os acertos de Renato
- Fábio Rochemback é o primeiro vértice da figura geométrica, o volante central. A qualidade na saída de bola é determinante na escolha deste jogador. O capitão gremista responsabiliza-se pelo primeiro passe, que pode ser curto ou um lançamento longo. Quando ele esteve fora, Vilson atuou na função, sem a mesma precisão no passe.
- Vilson, zagueiro, atua pouco à frente, pela direita. Ganha a disputa com Adilson, titular com Silas, por ser considerado veloz e forte na bola aérea defensiva. Não contribui na saída de jogo, mas protege Rochemback e a linha defensiva com mais vigor.
- Lúcio, lateral, complementa a segunda linha, na esquerda. Outro improviso de sucesso. Substitui Souza, e oferece a melhor saída gremista com a posse, chamando o lateral ao apoio. Sem a bola, Lúcio recua, formando um trio de proteção defensiva com Vilson e Rochemback.
- Douglas completa o setor, na ligação com o ataque. Antes, pela movimentação ofensiva simultânea dos volantes, era cobrado por não auxiliar na marcação. Com Renato, ganhou maior liberdade. O treinador cobra mais atribuições defensivas do trio básico do setor para que Douglas possa se movimentar na intermediária ofensiva, recebendo o primeiro passe e articulando o contra-ataque.
fonte: globo