segunda-feira, 8 de junho de 2015

Cartolas se reúnem por autonomia e para discutir mudanças no futebol

Dirigentes de clubes participarão de encontro na CBF, convocado por Del Nero, e, depois, farão reunião para avaliar rumos do esporte em meio à crise por corrupção

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Rio de Janeiro
Del Nero - coletiva CBF (Foto: FÁBIO MOTTA - Agência Estado)Del Nero convocou reunião com clubes antes de assembleia (Foto: Fabio Motta - Agência Estado)
Em meio à crise de credibilidade que estremeceu o futebol nas últimas semanas, com a CBF atingida diretamente com a prisão de José Maria Marin, vice-presidente da entidade antes do escândalo na Fifa, dirigentes dos principais clubes brasileiros se reúnem nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro, para tentar ampliar seus poderes e discutir mudanças no esporte.
Serão dois encontros: um na confederação, convocado pelo mandatário Marco Polo Del Nero – o cartola seria um dos co-conspiradores não nomeados na investigação dos EUA que gerou a operação deflagrada recentemente, e outro que reunirá apenas os clubes.
Na pauta da CBF, está uma mudança no estatuto para modificar a sucessão em caso de vacância na presidência. Atualmente, assume o vice-presidente mais velho – posto que era de Marin e que, agora, pertence a Delfim Peixoto, presidente da federação de Santa Catarina. O pleito deve ser votado em Assembleia Extraordinária que acontece na próxima quinta-feira.
Demandas dos clubes também serão debatidas. O Santos, com apoio do São Paulo, pedirá mudança no calendário nacional. O presidente Modesto Roma Júnior defende a adequação do cronograma brasileiro ao europeu, com temporada com início em agosto e final no meio do ano seguinte.
O cartola santista acredita que 2016, por conta das Olimpíadas no Rio, seja a ocasião ideal para realizar a mudança. O assunto será levado também para a reunião que contará só com os clubes.
Os dirigentes pretendem aproveitar o momento de crise para buscarem maior autonomia – não, necessariamente, com a criação de uma liga. Eles também discutirão a possibilidade de terem direitos ao dinheiro envolvido no esquema de corrupção da Fifa investigado pelo FBI. O relatório americano acusa Marin de ter recebido mais de R$ 20 milhões em propinas.
FONTE: GLOBO