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A empresa americana AEG, gestora do Allianz Parque, anunciou acordo com o Grêmio para assumir a administração da Arena. O negócio foi confirmado pelo diretor de parcerias globais da multinacional, Marcello Soares, e inclui, segundo ele, um plano para que o clube deixe de realizar a tradicional venda de ingressos na bilheteria em até três anos.
A diretoria tricolor mantém conversas para concretizar a compra de seu estádio.
A expectativa é concluir o negócio com a OAS, atualmente responsável pela operação, até o início do ano que vem.
Na última semana, em assembleia com credores em São Paulo, a construtora recebeu um pouco mais de tempo para concluir o seu projeto de recuperação judicial e frustrou parcialmente a previsão gremista de troca de contratos ainda neste mês.
A partir do momento em que isso acontecer, o acordo com a AEG deverá ser, então, oficializado pelo time.
"Acabamos de fechar com o Grêmio. A gente acredita que Porto Alegre tem um mercado importante", confirmou o diretor da empresa, Marcello Soares, durante o 3º Fórum de Gestão de Estádios e Arenas, nesta terça-feira, em São Paulo.
"Hoje em dia, dificilmente o esporte vai ser colocado no patamar da volta à catraca, não volta (a isso). O Brasil tem muito a crescer e a gente acredita tanto nisso que a relação com o Grêmio representa o nosso segundo ciclo (no país), onde parte do nosso deal(acordo) é com o clube. Em termos de assets (ativos) comerciais, inclui toda a base do sócio-torcedor", prosseguiu.
"Algumas metas: em três anos, o Grêmio não quer vender mais tickets. A gente vai aplicar o season ticket. Vamos fazer todo o planejamento. Você vai ter o famoso check out. Ele (o torcedor) compra a cadeira, faz o check out, eu revendo a cadeira e reverto o valor dentro do estádio, seja em camiseta, show, o que quer que seja", concluiu.
O supervisor jurídico tricolor Nestor Hein prefere adotar a cautela.
"Só pode ocorrer o fechamento do negócio com o conhecimento do Conselho Deliberativo. Um assunto dessa envergadura passa pelo Conselho para a avaliação de se agrada ou não, estão escaldados após essa questão da OAS. Não vejo nenhuma possibilidade de ter acontecido esse fechamento (com a AEG). O presidente (Romildo Bolzan Jr.) pode ter gostado da oferta, mas fechar, não pode ter fechado", explicou.
"Pode ser que tenhamos uma proposta muito bem encaminhada, mas concluir apenas com a chancela do Conselho. Projetando o futuro, não vender mais ingresso não é, de fato, uma tarefa difícil", completou, em contato com o ESPN.com.br.
Além do Allianz Parque, a AEG comanda hoje outros dois estádios no Brasil - Maracanã e Arena Pernambuco - e conversa para expandir a sua marca para outros locais no país.
As primeiras reuniões entre Grêmio e AEG, líder mundial em gestão de complexos multiuso, aconteceram ainda em abril deste ano.
FONTE: ESPN