Após o presidente do Fluminense pedir a sua renúncia, Sérgio Corrêa afirma que
não há como um ser humano acompanhar a velocidade do futebol atual sem ajuda
Depois do desabafo do presidente Peter Siemsen, o chefe da Comissão de Arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa, defendeu a arbitragem de Leandro Pedro Vuaden, na vitória do Tricolor sobre o Palmeiras por 2 a 1, na primeira partida da semifinal da Copa do Brasil. O dirigente afirmou que os juizes são humanos e, sem a ajuda do vídeo, "só Jesus Cristo" poderia acertar mais lances.
- Nós respeitamos a opinião das pessoas. O trabalho está sendo feito, o investimento está sendo feito. Assim como as equipes investem, fazem seus treinamentos, nós também. Chegamos em um ponto no futebol em que um detalhe está sendo jogado como o geral, como se fosse tudo péssimo ou ruim. Temos 1.500 partidas no ano. Entendemos a revolta em relação a uma decisão ou outra. Tivemos um gol anulado, bem anulado, milimetricamente falando. É um ponto positivo para o assistente. Sem vídeo, sem o árbitro de vídeo não tem mais jeito. Só descendo Jesus Cristo aqui para resolver essas reclamações, essa pressão, essas insinuações. O futebol está muito veloz, a tecnologia chegou muito rápido. O ser humano que está ali não tem mais condições de decidir com a precisão que as pessoas esperam e querem - disse.
Sérgio Corrêa, presidente da arbitragem da CBF, defende Vuaden (Foto: Reprodução/SporTV)
O motivo da reclamação do Fluminense foi o pênalti marcado em cima de Zé Roberto, quando o Flu vencia por 2 a 0. O próprio jogador converteu a cobrança e diminuiu para o Palmeiras.
Sérgio Corrêa afirmou que espera que o uso de vídeo na arbitragem seja autorizado em março de 2016. Mas que, até lá, é preciso respeitar a decisão dos árbitros.
- Já foi feito, já foi falado, já foi encaminhado à International Board. Eles já sinalizaram que irão autorizar o Brasil a fazer o experimento. Até março, a data para o OK final, nós temos que entender e respeitar o ser humano em campo. Se nós tivéssemos no jogo de futebol todo mundo acertando, o que seria o ideal, o goleiro não levaria gol e o atacante faria muitos gols. Essa conta não fecha. Temos que buscar o acerto, sim, mas temos que respeitar que temos uma pessoa sozinha ali, trabalhando para o bem do futebol.
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Sérgio Corrêa afirmou ainda que não pretende tomar medidas na Justiça contra o presidente do Fluminense.
- Temos que respeitar o momento depois da partida, cabeça quente, a gente entende a revolta depois de alguns momentos. Vamos observar e aguardar os próximos momentos. Eu digo: estamos falando de seres humanos, não estamos falando de seres perfeitos.
Zé Roberto converte o pênalti polêmico e reduz a vantagem do Flu na semifinal da Copa do Brasil (Foto: André Durão)FONTE: GLOBO