Positivo nas palavras, ídolo fala que falha de 2006 está no passado, diz que vaga passa pelo conjunto e que pai deixou o Inter para torcer pelo Tricolor
Um dia antes da principal partida do São Paulo no ano, Rogério Ceni falou com a imprensa no CT da Barra Funda. E mostrou o motivo de ser o capitão e principal ídolo do time. Com frases fortes, deixou em evidência a motivação da equipe para encarar o Internacional, às 21h50m, no Morumbi, pela segunda partida das semifinais da Libertadores. O goleiro disse que sua falha na final de 2006, contra o mesmo Inter, não serve de combustível para este jogo, contou o que faz para incentivar o grupo antes de partidas decisivas, confessou que não dormiu bem a última noite e espera que o Colorado seja o time a ficar triste após a partida. Confira os principais trechos da entrevista do camisa 1.
Falha na final de 2006, contra o Inter, não é motivação para eliminar o rival
"O que eu perdi, eu perdi, e o que ganhei também. Não quero crédito, quero título. Não estou aqui para relembrar o passado, senão recordaria coisas fantásticas, e não o erro de 2006. Estou aqui para viver o presente e conquistar o futuro. Só tenho um jogo na minha cabeça, e nada do que aconteceu antes entrará em campo. Serão apenas 11 contra 11 e mais o 12º jogador, que é a nossa torcida."
Preleção do capitão antes de subir para o campo do Morumbi
"Aquele momento que se passa antes de entrar em campo é quando falo para eles que estou na reta final da carreira, e a coisa mais significante que eu vou guardar vai ser a subida do túnel do Morumbi em um jogo decisivo. Só quem vive na pele sabe explicar o que é subir para o campo com 65 mil pessoas no estádio em uma decisão. Com aquelas palavras antes do jogo, você tenta fazer com que o cara enxergue o que mudará na vida dele após uma conquista. É um momento especial para as duas equipes, e queremos que dure até dezembro."
Sem sono antes da decisão
"Não dormi bem essa noite, só cinco, seis horas. Mas não quero dormir bem, quero estar bem acordado no jogo. Não sinto mais nervosismo, quero que chegue logo a partida, assim como o torcedor quer. Mas ela só chegará às 21h50 de amanhã (quinta)."
Pensamento único: ganhar do Inter
"Cada um tem um modo de sentir e ver o jogo. Às vezes vejo de uma maneira diferente do companheiro. É preciso entender o lado individual, não adianta querer que um jogador pense como eu. Todos querem vencer, e cada um tem sua maneira de se preparar, de pensar, de reagir a cada lance. Eu quero ganhar, é a unica coisa que tenho na cabeça, quero e vou ganhar, e quem estiver comigo terá esse pensamento também."
Ex-colorado, pai (Eurydes) agora é são-paulino
"Meu pai é são-paulino hoje. Ele veste essa camisa. No dia em que meu pai deixar de torcer por mim e pelo São Paulo, será a mesma coisa de eu não acreditar que podemos ganhar por 1 a 0. É uma frase simbólica, mas é real. Se não acreditarmos, o jogo não tem mais sentido. Somos o São Paulo e vamos conseguir."
Vaga está nas mãos de Ceni?
"Ela está nas minhas mãos, nos meus pés, nas cabeças do Miranda e do Alex, do Fernandão, do Ricardo Oliveira, nos corações do Souto, do Jorge, do Junior, de todos. Eu sou o único que pode usar as mãos, mas todos têm que caminhar juntos. Não passa apenas pelas mãos ou pés de um só jogador, podemos ter um herói sim, mas a vaga passa pelos pés e coração de todos."
Tristeza para um amanhã: São Paulo ou Inter
FONTE: GLOBO