quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Crise mexe com Caetano, respinga em Luxa e agita Flu perto de eleição

Após pedido de renúncia de Sandrão, que recebia R$ 60 mil mensais da patrocinadora, diretor de futebol também tem prazo de validade no clube

Por 
Rio de Janeiro e Curitiba
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rodrigo caetano fluminense (Foto: Nelson Perez/Flick Fluminense F.C.)
O diretor executivo Rodrigo Caetano tem prazo
de validade no Fluminense: até o fim do ano
(Foto: Nelson Perez/Flick Fluminense F.C.)


A crise do Fluminense vai além das quatro linhas, mexe com a política do clube e atinge em cheio o departamento de futebol. Depois de um início de temporada repleto de expectativas, com o elenco campeão brasileiro mantido, o cenário atual é desolador. Em campo, eliminação precoce na Libertadores; fora, uma série de problemas agravados pela crise financeira (o clube sofre com seguidas penhoras e os salários dos jogadores estão atrasados), demissão de Abel Braga, a chegada sob desconfiança de Vanderlei Luxemburgo e, nesta terça-feira, a renúncia do vice-presidente Sandro Lima, que recebia salários mensais de R$ 60 mil como funcionário da Unimed e pediu para deixar o cargo depois que o caso veio à tona. Outro forte pilar da estrutura tricolor que sofre com todo desgaste é o diretor executivo de futebol, Rodrigo Caetano.
É certo que Rodrigo não vai abandonar o barco antes do fim do contrato, em dezembro. O dirigente já avisou que isso não é de seu perfil, que pretende deixar o clube de forma digna. Recentemente, ele chegou a recusar uma proposta do São Paulo. Mas o prazo de validade expira ao fim da temporada. Uma demissão é encarada de forma tranquila por Rodrigo, que evita alimentar a crise com declarações públicas.
O diretor e Sandrão chegaram a dar início ao desenho de uma planilha com a situação atual de cada jogador do elenco para ajudar na transição para quem assumir o departamento. A saída do vice de futebol não afetará este relatório.
Uma série de fatores contribuiu para que Rodrigo começasse a pensar no ponto final do trabalho que fez no Fluminense. A saída de Abel Braga teria sido um deles. Outro ponto é a falta de autonomia para comandar da maneira como ele enxerga ser a ideal o departamento de futebol. No Vasco, por exemplo, ele tinha carta branca e poder para tomar qualquer medida que julgasse necessária. No Fluminense, Rodrigo fica entre os desejos de Peter Siemsen e as vontades de Celso Barros, presidente da patrocinadora do clube. O diretor também lamentou muito o problema envolvendo Sandrão.
Em matéria publicada no site da "ESPN Brasil", foi comprovado que o vice de futebol tinha contrato com a Unimed. A “bomba” mexeu com Peter Siemsen. Mas o presidente só tomou conhecimento na última sexta-feira do conflito de interesses, já que, segundo o estatuto do clube, nenhum vice pode receber salário. Um conselheiro tricolor chegou a ironizar comparando presidentes, políticas distintas e o fato de ambos não saberem o que se passava com pessoas próximas ao poder:
- Peter está para o Sandrão assim como Lula está para o Mensalão.
Eleições e movimentação da oposição
Peter está para o Sandrão assim como Lula está para o Mensalão"
Conselheiro do Flu
Para mexer ainda mais com os agitados bastidores do Tricolor, já começou a movimentação eleitoral. Em novembro, o Fluminense passará por eleições presidenciais e tudo indica que Peter Siemsen concorrera à reeleição. O mandatário já avisou que vai assumir a vice-presidência de futebol até o pleito. No entanto, o grupo político que apoia Peter já cogita nomes para o cargo no futuro. Um deles seria Rogério Félix, atual vice-presidente do Conselho Deliberativo. Mas nada ainda foi passado ao presidente.
Na outra ponta, setores de oposição do Tricolor debatem e buscam um nome que tenha força para concorrer no pleito. Para que os votos não se diluam com vários candidatos, uma das bandeiras oposicionistas é que se chegue a um candidato que seja consenso e tenha possibilidade de votação expressiva.
Encontro de Peter e Abel e onda de boatos contra Luxa
Desde sempre, Peter deixou clara sua preferência pela manutenção de Abel Braga no comando do Tricolor. Celso Barros queria a contratação de Vanderlei Luxemburgo e teve sua vontade atendida. O treinador chegou ao clube sob extrema desconfiança de torcedores e conselheiros. O início ruim, tropeços e a queda nas atuações potencializaram os questionamentos.
No dia 31 de agosto, logo depois da derrota por 2 a 0 para o Santos, no Maracanã, Peter ligou para Abel Braga. Mas era apenas para dar "parabéns", já que o treinador fazia aniversário. Na semana passada, dirigente e técnico se encontraram pessoalmente para conversar, o que gerou uma onda de insinuações de que Abel poderia ter recebido convite para voltar, o que respingou ainda mais em Luxa. O presidente chegou a publicar nota oficial no site do Fluminense reiterando sua confiança em Vanderlei e garantindo que o mesmo não seria demitido.
Tentando ficar alheio a todos os problemas, o time volta a campo nesta quarta-feira às 19h30m (horário de Brasília) para enfrentar o Atlético-PR, pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro, no Durival de Britto. O Fluminense está em 14º, com 22 pontos, a apenas três da zona de rebaixamento.
fonte: globo