Goleiro do tetra cita troca do Parma pelo Reggiana antes da Copa de 94 e diz que brasileiro deve seguir o mesmo caminho: 'Precisa achar outro time'
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Enquanto recupera-se da fratura de um dedo na mão esquerda, Julio César vê seu espaço no Queens Park Rangers diminuir. O técnico da equipe, Harry Redknapp, não esconde de ninguém que está satisfeito com as atuações de Robert Green e orientou publicamente o brasileiro - já convocado por Luiz Felipe Scolari para a Copa do Mundo de 2014 - a procurar uma nova equipe. Quem tem experiência no assunto, acha melhor ele seguir os conselhos do treinador da equipe da segunda divisão inglesa. É o caso do atual preparador de goleiros e técnico interino do Galatasaray, Taffarel: ídolo de Julio César e campeão mundial com a Seleção em 1994, o ex-jogador de Internacional e Atlético-MG viveu situação parecida no futebol italiano meses antes do tetra.
- Acho que o Julio tem que estar preocupado. Prejudica bastante o fato de ele não estar jogando. Vai ficar parado agora e, se não jogar, vai perder muito. No próximo mercado, tem que achar um outro time. Ficar sem jogar é muito ruim. Só o treinamento não te dá o que você precisa. Perde ritmo de jogo – disse Taffarel, em entrevista por telefone, um dia antes de comandar o Galatasaray de forma interina no duelo deste sábado contra o Caykur Rizespor, pelo Campeonato Turco.
Além do currículo, Taffarel tem experiência de causa para dar conselhos na carreira do goleiro de confiança de Felipão. Afinal, ele passou por uma situação parecida. Em 1993, sem espaço no Parma e após amargar a reserva de Zetti na Copa América, o ex-goleiro resolveu tentar a sorte no modesto Reggiana, também da Itália. E não se arrepende.
- Passei por essa situação em 93, quando estava no Parma. Como tinham quatro estrangeiros, só três iam para o jogo e eu ia só para a tribuna. Perdi muito ritmo de jogo. Apresentei-me na Seleção para a Copa América de 93 e perdi a posição para o Zetti, que estava muito bem. Fui para um time menor de menor expressão e jogava todo fim de semana. Aquilo me preparou muito bem - completou Taffarel.
Para “acabar com a frescura”, Felipão precisou ir a público garantir a presença de Julio César na Copa do Mundo. O treinador da seleção brasileira foi bem claro ao dizer que o goleiro estará no Brasil em 2014 para o Mundial mesmo que não esteja jogando por seu clube, seja ele qual for. E, na questão técnica, Taffarel concorda plenamente com Felipão.
- Acho que já que o Felipão optou por um jogador experiente que disputou a última Copa é o mais indicado. É um baita goleiro que aprendeu muito aqui fora. O Felipão acertou muito com ele - completou o preparador de goleiros do Galatasaray, que não sabe ainda se continuará na comissão técnica do time turco com a demissão do treinador Fatih Terim.
Jornalista: estilo de jogo atrapalha
Julio César ainda não foi a campo com a camisa do QPR nesta temporada. O último jogo que foi relacionado por Harry Redknapp foi em 28 de outubro, no empate em 0 a 0 contra o Reading. Como titular, então, sua derradeira partida pela equipe foi dia 13 de abril, na derrota por 2 a 0 para o Everton.
Enquanto Julio César se recupera da lesão - ele deve ficar fora de combate até o fim de outubro -, o QPR caminha de volta à elite do futebol inglês. A equipe de Harry Redknapp lidera a segunda divisão e está invicta até aqui. Na visão do jornalista inglês Matt Barlow, do “Daily Mail”, a meta da equipe londrina está em boas mãos.
- O outro goleiro do QPR, o Rob Green, é bom e é experiente, que costumava jogar pela seleção da Inglaterra. Além disso, jogou antes na Championship (segunda divisão da Inglaterra) e é provavelmente mais adequado para este estilo de futebol – avaliou o jornalista, em entrevista por e-mail.
Para o jornalista, a grande vantagem de Green em relação a Julio César é justamente a experiência no futebol local e o estilo de jogo do goleiro brasileiro.
- Todo mundo na Inglaterra acha que ele é um bom goleiro, uma dos que podem fazer incríveis defesas. Mas houve momentos em que ele não parece tão forte quando tem que lidar com bolas aéreas, que é uma grande característica do futebol inglês, especialmente na Championship que é uma divisão muito física – completou.
fonte: globo
