Camisa 10 do Santos, jogador foi recepcionado no Maracanã com nome gritado e bandeira de agradecimento, mas teve atuação discreta na derrota
Por Cahê Mota e Janir Júnior
Rio de Janeiro
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Respeito, gratidão e uma atuação discreta. Estes foram os componentes que marcaram o reencontro de Renato Abreu com o Flamengo, na derrota por 2 a 1 do Santos, nesta quinta-feira, no Maracanã, pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com mais de seis anos de história pelo clube carioca, onde é o artilheiro deste século, com 73 gols, o camisa 10 santista viveu uma noite especial pela recepção fora de campo, mas não repetiu o protagonismo que acostumou a ter no Rio de Janeiro dentro das quatro linhas.
Antes mesmo de a bola rolar, uma faixa com os dizeres "Obrigado, 11 Renato" foi exposta na arquibancada. Ao ter seu nome apresentado no telão do Maracanã, um pequeno grupo na parte dos camarotes e cadeiras cativas esboçou uma vaia, mas a grande maioria aplaudiu. Já ao término da etapa inicial, o ápice, quando o estádio gritou uníssono: "Renato! Renato!".
- Isso aí não é pra qualquer um. Fico feliz pelo carinho. Mas hoje eu estou contra. Quero que o meu time vença. Vou honrar a camisa que estou vestindo. Sou profissional. Sempre fui profissional. Uma hora eu vou falar o que aconteceu - disse o camisa 10 santista na saída para o intervalo.
Mágoa permanece: 'Parece que eu fui um jogador qualquer dentro do clube'
Após o jogo, o meio-campista seguiu grato com o comportamento da torcida, mas reclamou da falta de respeito de pessoas do Flamengo, que ele não quis dizer quem eram (veja no vídeo).
- Tem que saber separar profissionalismo com companheirismo e amizade. O que aconteceu a gente tem que deixar para lá. Acho que a amizade é que fica. Mas parece que em algumas coisas que aconteceram eu fui um cara sujo dentro do clube. Com relação às pessoas, sempre tratei todo mundo bem, com respeito. Pensei que ia ter um pouquinho mais de respeito. Não da torcida que é fantástica, mas da parte de algumas pessoas do clube. Parece que eu fui um jogador qualquer dentro do clube. Estão me acusando de abandono de emprego, não entendo isso - disse.
Renato Abreu foi demitido pelo Flamengo, através de nota no site oficial, no dia 17 de junho - o mesmo da apresentação de Mano Menezes. Desde então, só se pronunciou sobre o caso em entrevista coletiva, antes mesmo de acertar com o Santos, quando demonstrou mágoa com a forma como sua saída do Rubro-Negro ocorreu. Atualmente, clube e jogador travam disputa na Justiça.
Em enquete realizada pelo GLOBOESPORTE.COM, foi formulada a seguinte pergunta: “Como deve ser a reação da torcida no reencontro com Renato Abreu?”. A maioria esmagadora, 90%, respondeu que deve ser “respeitosa, pois teve boa passagem, fez muitos gols e carrega identificação com o clube”, sendo 9.319 votos. Apenas 10% (1.030) sugeriram que Renato deveria ser recebido “com vaias, pois deixou o Flamengo pela porta dos fundos após ser demitido”. No total, 10.349 internautas participaram da enquete.
Com a bola rolando, Renato Abreu foi tímido e apareceu pouco no ataque. Atuando como volante, deu qualidade na saída de bola no primeiro tempo e teve apenas uma chance em sua principal característica: a bola parada. O chute, no entanto, saiu sem direção. Na volta para o segundo tempo, o camisa 10 exerceu funções mais defensivas, principalmente após a saída do volante Alison para entrada do atacante Gabriel. Com Mena sofrendo na lateral esquerda, ele ajudou a compor o setor.
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Perdemos o jogo, mas a equipe está vindo numa maratona também, tem que entender isso. Até jogamos bem, construimos algumas jogadas, algumas coisas boas no jogo, poderíamos até empatar o jogo. Não aconteceu, mas faz parte do futebol. Sabemos que nossa posição na tabela a gente não vai perder, até porque tem um jogo a menos ainda. É desumano jogar três, quatro jogos em uma semana. Mas faz parte, ninguém quer saber de vigor físico, da nossa saúde.
Ao término dos 90 minutos, o resultado, obviamente, não foi o esperado. Entretanto, Renato deixou o Maracanã com uma resposta dada pelo torcedor: por mais que a saída do Flamengo ainda seja um mistério, os 271 jogos disputados (73 gols) não foram em vão.
fonte: globo
