quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Aristeu consulta instrutores da Fifa e afirma que gol de Tenorio foi legal


Presidente da Comissão de Arbitragem da CBF interpreta que vascaíno não tirou vantagem do impedimento. Arnaldo Cezar Coelho contesta opinião

Por GLOBOESPORTE.COM
Rio de Janeiro
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O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Aristeu Leonardo Tavares, enviou uma carta a dirigentes e árbitros,publicada em primeira mão no blog de Leonardo Gaciba, na qual diz que o gol marcado pelo atacante vascaíno Tenorio no jogo contra o Cruzeiro (assista no vídeo ao lado), no último domingo, em Varginha, deveria ter sido validado. A jogada foi anulada pelo árbitro André Luiz Castro, que atendeu ao aceno do auxiliar Alessandro Matos e marcou impedimento.
Aristeu relatou que, antes de enviar a carta, consultou instrutores de arbitragem da CBF, da Conmebol e da Fifa. Depois de ler as respostas, concluiu que o lance foi legal.
- Foi quase unânime e com argumentações baseadas no livro Regras do Jogo 2012/2013 que a decisão arbitral deveria ter sido de não considerar-se como envolvido em jogo ativo por ganhar vantagem por estar na posição o atleta do Vasco da Gama, por conta de ter sido a jogada consequência de um passe, pois dois jogadores em sequência tiveram a bola disponível para jogar e o fizeram por três vezes (...). Para finalizar que o gol produzido deveria ter sido validado - disse ele na carta.
Arnaldo Cezar Coelho, que durante a transmissão da partida apontou que houve impedimento, manteve sua opinião após saber o conteúdo da carta. E citou um diagrama do livro de regras da Fifa para argumentar:
- Na página 92 tem um desenho que mostra que, se a bola chutada por um atacante, no caso o Dedé, rebate em um adversário e vai para um atacante em impedimento, ele é punido por tocar na bola e levar vantagem de sua posição anterior. Se eles consideram que não é vantagem se um cara tentou cortar, o outro também tentou cortar, e a bola sobrou para outro em impedimento, tem que mandar mudar o livro de regras.
Print, Livro de Regras (Foto: Reprodução)Trecho do livro das regras do futebol, que trata de impedimento, apontado por Arnaldo Cezar Coelho
O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF anexou em sua carta a resposta que recebeu de Fernando Tresaco Gracia, chefe sênior da Divisão de Desenvolvimento de Competições e Arbitragem da Fifa, que também assistiu ao lance.
- Pelo que posso ver, os defensores tocam a bola por três vezes antes que chegue ao jogador que estava em posição de impedimento, quando o último companheiro toca a bola. Quero dizer que, se a bola houvesse chegado diretamente depois do primeiro desvio feito pelo defensor, poderíamos discutir se ganha vantagem ou não. (...) Mas depois um defensor a toca de novo e isto não é um rebote (...), com o que, em minha opinião, baseada nas regras do jogo, a jogada deveria ter sido considerada como normal, e o gol, concedido - argumentou Gracia.
O comentarista de arbitragem da TV Globo afirma não conhecer Fernando Tresaco Gracia ("nunca apitou um Mundial") e contesta um dos argumentos da carta divulgada por Aristeu Tavares, que cita que o gol não nasce de um rebote, e sim de má técnica dos envolvidos.
- O que o presidente (da Comissão de Arbitragem) quer é confusão. Onde que está na regra má técnica? A carta é imperfeita, é um absurdo. Prefiro a opinião do Dedé. Eu o encontrei no elevador, e ele me disse: "Arnaldo, achei que o Tinga passou a bola para trás". Se ele passou, não tem mais impedimento. O Dedé entende de regra muito mais do que esses caras. Para mim, o Tinga não passou a bola. Seria mais honesto se essas pessoas dissessem que o Tinga passou a bola.
O lance aconteceu aos 8 minutos do segundo tempo da partida entre Cruzeiro e Vasco, quando o placar já marcava 1 a 1, resultado final do jogo. O vascaíno Dedé avançou pela direita, entrou na área e tentou cruzar para Carlos Alberto, mas Tinga interceptou. Na sequência, o zagueiro Lucas Silva errou o chute, e a bola sobrou para Tenorio colocar na rede. O árbitro alegou que o equatoriano se aproveitou da condição de impedimento no momento do passe de Dedé, porém Aristeu Tavares argumenta que Tenorio tirou proveito dos erros dos jogadores do Cruzeiro, o que não configuraria impedimento.
FONTE: GLOBO