James puxa fila que tem valorização de Cuadrado, Jackson Martínez e Teó Gutierrez. Empresários estimam que camisa 10 sai do Mundial valendo 80 milhões de euros
Por Raphael Zarko
Belo Horizonte
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Em 2008 o Banfield pagava 500 mil dólares para levar o garoto James Rodríguez, então apenas com 17 anos, do Envigado, time pequeno da Colômbia. Era a primeira transferência do camisa 10 que seis anos mais tarde chegaria às quartas de final da Copa como um dos melhores jogadores do Mundial, artilheiro da competição e valendo cerca de 80 milhões de euros. Ou seja, mais de 200 vezes o valor que o clube argentino pagou há seis anos. O destaque colombiano é apenas o maior exemplo de um time que se valorizou dentro e fora de campo. O quarteto ofensivo formado por James Rodríguez, Cuadrado, Jackson Martínes e Teófilo Gutierrez, que valia antes da Copa 91 milhões de euros, segundo o site Transfermarkt, chega para enfrentar o Brasil em Fortaleza, nesta sexta-feira, com cotação 52% superior ao que valiam antes do Mundial – um total de 175 milhões de euros.
O caso de James é emblemático. Vendido do Porto ao Mônaco da França por 45 milhões de euros há um ano, o valor de mercado calculado pelo Transfermarkt já atravessou o jogo de estreia defasado – o site calculava em 35 milhões de euros o custo por uma transação do jogador do Mônaco. Os cinco gols, as duas assistências e os 22 anos impuseram um novo status no mercado para o jogador, que é pretendido pelo Real Madrid e tem tudo para ser uma das estrelas da próxima janela de transferências. Empresários colombianos ouvidos pelo GloboEsporte.com estimam que o custo dele já aumentou, pelo menos, em 25% o valor que o clube francês pagou ao Porto em junho do ano passado.
- Hoje, ele já vale pelo menos 60 milhões de euros, bem mais do que valia há uma semana, por exemplo. Se repetir contra o Brasil o que jogou contra o Uruguai, estimo que o custo eleve 50% - quase 90 milhões de euros – diz um dos mais antigos empresários colombianos, Juan Carlos Ospina, que não é parente do goleiro da seleção.
Para o agente Fifa colombiano, Cuadrado se valorizou quase tanto quanto James. As grandes partidas, os passes para quatro gols e as atuações notáveis fizeram o interesse do Barcelona se tornar quase uma obsessão. A Fiorentina, atual time do meia que também joga na lateral direita, diz que só vende por 50 milhões de euros – o que representaria acréscimo de 50% do que ele valia antes da Copa -, mas no mercado a avaliação é que se o time de Neymar e Messi elevar a oferta consegue levar o colombiano de cabelos encaracolados para a Espanha.
SAIBA MAIS
- A Fiorentina está esperando para ver o que acontece no próximo jogo. O que ouço aqui na Colômbia é que não há dúvida de que o Barcelona vai pagar por ele. Só querem saber quanto. Eu, sinceramente, acho que se colocarem 30 milhões de euros fecham negócio – aposta Ospina, que levou alguns colombianos para o futebol brasileiro, por exemplo, Usuriaga nos anos 1990 e mais recentemente Pablo Armero para o Palmeiras.
Efraín Pachón representa o atacante titular Teófilo Gutierrez e os reservas Carbonero e Valdez, todos da seleção colombiana. Para ele, o camisa 9 vive seus últimos dias no River Plate. Depois de conquistar o título argentino, o próximo passo é finalmente, aos 29 anos, ganhar a Europa. Antes da Copa, o clube argentino pagou US$ 4,5 milhões – 3,3 milhões de euros – para garantir uma fatia dos direitos econômicos de uma futura venda do polêmico Teó.
- Há clubes da Alemanha, da Inglaterra e da Itália em cima do destino de Teó. Houve oferta de 5 milhões de euros, mas o River disse não. Eles querem 10 milhões de euros – diz o agente colombiano, que vive na Espanha.
Colômbia comemora vitória sobre Uruguai no Maracanã (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Para fechar a lista dos valorizados atacantes colombianos, Jackson Martínez já tinha bem adiantada uma transferência do futebol português para o espanhol – uma ponte bem comum na Península Ibérica. Artilheiro do Porto há dois anos – foram 40 gols em duas temporadas -, o jogador que se tornou titular durante a Copa e já fez dois gols tinha custo estimado em 30 milhões de euros. O Valencia espera fechar a contratação em 40 milhões de euros.
Sem participar da Copa, Bacca, do Sevilla, é outro que vive expectativa de trocar de clube. Mesmo lesionado, ele também teve uma alta valorização no período pré-Mundial. O seu atual clube pagou 7,5 milhões de euros, com cláusula de rescisão de 30 milhões de euros. Outros destaques, como o goleiro Ospina e o zagueiro Zapata, do Milan, também saem desse Mundial mais caros. Isso, claro, sem falar na estrela Falcao Garcia, que ficou fora por lesão, mas também está na mira do Real, que planeja vender o argentino Di María.
fonte; globo