Clube acredita que jogador tem boas ofertas de fora do Brasil e por isso está irredutível sobre valores para renovar. Diretoria prega responsabilidade para negociar
Guerrero faz jogo duro para renovar com o Timão
(Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians)
O Corinthians já não confia tanto que conseguirá renovar nos próximos meses o contrato do atacante Paolo Guerrero, principal jogador do clube nos últimos anos. Dirigentes não falam publicamente, mas acreditam que o interesse de equipes do exterior esteja fazendo o peruano bater o pé sobre o valor que deseja para assinar um novo vínculo por três temporadas.
Guerrero pediu R$ 18 milhões de luvas, uma espécie de prêmio pela assinatura, para permanecer, além de subir seus salários de R$ 480 mil para R$ 500 mil. O Timão chegou a R$ 13 milhões sob a gestão do então presidente Mário Gobbi Filho e barrou qualquer acréscimo em virtude da grave crise financeira que atravessa desde o ano passado.
A cúpula do departamento de futebol alvinegro considera que Guerrero ainda tem um mercado a ser explorado fora do Brasil e, por isso, faz jogo duro com os números. No fim de 2014, o Al-Ahli surgiu como interessado em levá-lo para os Emirados Árabes Unidos. Como está vinculado apenas até 15 de julho, o centroavante pode assinar um pré-contrato com qualquer equipe e sair gratuitamente na metade do ano.
O Corinthians aposta na retomada das conversas partindo do zero. O presidente Roberto de Andrade alega que, como a proposta anterior foi recusada, clube e jogador precisam iniciar uma nova negociação. Nos bastidores, porém, Guerrero e seus representantes estão irredutíveis e não abrem mão do montante para ficar no Timão. Os encontros devem ser na próxima semana.
– Vamos negociar com o Guerrero, mas com responsabilidade. O clube é maior do que qualquer jogador. Temos de colocar os valores que interessam ao Corinthians – afirmou o diretor de futebol Sérgio Janikian após a vitória sobre o São Bernardo, quarta-feira, na arena.
Autor do gol do título do Mundial de Clubes e ídolo da torcida, Guerrero não admite ganhar menos que Alexandre Pato, hoje emprestado ao São Paulo. O Corinthians gastou mais de R$ 40 milhões para comprá-lo do Milan e desembolsava mensalmente R$ 800 mil com os salários – divide a quantia com o rival até o fim do empréstimo, em dezembro de 2015.
Guerrero também não abre mão dos direitos de imagem em atraso. Ele, Ralf, Danilo, Renato Augusto, Jadson e Elias não recebem a quantia, costumeiramente 40% dos salários, há sete meses. Além disso, o clube não paga as premiações dos atletas desde a conquista da Recopa e do Campeonato Paulista de 2013.
Para piorar, Guerrero quer negociar com o dólar como moeda base, o que afasta o Corinthians ainda mais do acerto. Com a alta dos últimos meses, os R$ 18 milhões pedidos por ele em 2014 se transformaram em mais de R$ 21 milhões.
Por outro lado, a diretoria também se mostra contrariada em fazer loucuras para segurá-lo. No início da semana, o superintendente de futebol Andrés Sanchez disse à Rádio Globo que o Corinthians planeja se desfazer de jogadores com altos salários. Não será surpresa se Guerrero estiver em outro clube no segundo semestre.
FONTE: GLOBO