quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Paredão vascaíno, Rafael é o trunfo contra o rebaixamento


Goleiro não sofre gols há duas partidas e revela que vive o melhor momento na sua carreira
Leandro Menezes Direto de Belo Horizonte

Rafael está há dois jogos sem sofrer gols
Quando o goleiro Rafael, de 24 anos, chegou ao Vasco em maio deste ano, não imaginava que no final da temporada seria uma peça fundamental no time na luta contra o rebaixamento. Depois que ele assumiu a camisa 1 vascaína, o time começou a sua recuperação no Campeonato Brasileiro e está há quatro partidas sem saber o que é uma derrota. Hoje, o Vasco não sofre gols há dois jogos e, depois de nove rodadas, vai começar uma partida fora da zona da degola. Rafael já disputou sete jogos como titular e sofreu nove gols, dando uma média de 1,28 por partida. Nesta entrevista exclusiva ao GLOBOESPORTE.COM, Rafael conta como foi a sua infância em Matão, revela os sonhos para a carreira e o pior momento dela, quando teve que trabalhar como pedreiro. GLOBOESPORTE.COM: Como é ficar dois jogos sem sofrer gols num time que tem uma das piores defesas do Brasileiro? RAFAEL - É importante saber que tenho ajudado o time dentro de campo. Ainda mais quando ficamos duas partidas sem sofrer gols. As boas atuações começam a surtir efeito nos números do Vasco no Brasileiro. Depois de ficar duas partidas sem sofrer gols a nossa defesa já não é a mais vazada da competição. Isso dá mais confiança para seguir com seriedade no trabalho até o final.


O grupo precisa disso. Mas o que foi feito de diferente para que a defesa tivesse uma melhora tão grande? - Tudo isso é fruto do bom trabalho que vem sendo desenvolvido pela comissão técnica. A marcação começa no ataque e, quando isso acontece, desafoga um pouco o meio-de-campo e, principalmente, a defesa. É desta forma que o Vasco está conseguindo a recuperação no Brasileiro e fugindo do rebaixamento. Você esperava que, em tão pouco tempo, fosse se tornar o goleiro titular do Vasco? - Fui campeão goiano nesta temporada pelo Itumbiara e cheguei ao Vasco em maio deste ano para ser o terceiro goleiro. Sabia que Tiago e Roberto estavam na minha frente e procurei fazer o trabalho da melhor maneira. Graças a Deus consegui ganhar a confiança do técnico Renato Gaúcho e hoje estou titular do gol do Vasco. É o melhor momento na minha carreira.
Não esperava chegar aonde eu estou tão rapidamente



Se este é o melhor, qual foi o pior momento que você já viveu na carreira? - Antes de chegar ao Vasco, eu cheguei a desistir do futebol. Eu tinha 21 anos e um empresário me tirou do Bragantino prometendo me colocar e um outro clube, e acabei ficando seis meses sem jogar futebol. Fui para Matão, onde nasci, no interior de São Paulo, e trabalhei como assistente de pedreiro com o meu pai. Ganhava R$ 100 por semana para sustentar a minha família. Minha esposa estava grávida e me doía muito saber que não podia ajudar de outra maneira. Não desejo isso para ninguém. Mas graças a Deus hoje eu estou numa situação melhor e podendo ajudar quem me ajudou no passado. Como foi a sua infância em Matão? Sempre sonhou ser jogador de futebol? - Na minha infância eu matava muita aula para ficar jogando bola com os meus amigos. Sempre quis ser jogador de futebol, desde pequeno.


Eu sempre fui em busca desse meu sonho e sabia que um dia ele iria se tornar realidade. Esperei muito tempo até fazer dar certo, mas a minha perseverança valeu muito a pena. O que você almeja para a sua carreira no futuro? - Meu objetivo é conquistar cada vez mais e subir na minha carreira de jogador. Sou novo ainda e meu sonho maior é o mesmo que todo goleiro tem, de chegar na seleção brasileira e conseguir uma transferência para o futebol do exterior. Vou continuar trabalhando forte aqui no Vasco, que hoje é a minha realidade.


Ficha de Rafael


Nome: Alberto Rafael Silva

Nascimento: 24/03/1984 (24 anos)

Naturalidade: Araraquara-SP

Altura: 1,92m

Carreira: Matonense-SP (2000-06), São Bento-SP (2006), Bragantino (2007), Taquaritinga (2007), Inter de Limeira-SP (2007), Itubiara-GO (2008) e VASCO (2008)


FONTE: GLOBO