Coletiva da convocação da Seleção Brasileira gira em cima da ausência do atacante do Santos. Treinador prefere não estabelecer prazo para volta
Os atos de indisciplina de Neymar nos últimos jogos do Santos no Campeonato Brasileiro e o problema com o técnico Dorival Júnior, que acabou demitido do clube paulista, chamaram a atenção de Mano Menezes. O comandante da Seleção Brasileira preferiu não chamar o atacante para os dois próximos amistosos, em outubro, e disse que espera que o jovem jogador santista reflita sobre o atual momento da carreira.
- Quero deixar bem claro a linha que estamos pensando na condução do trabalho na seleção. Sempre dissemos que o que vai trazer o jogador para a seleção é aquilo que ele produzir dentro do campo. Os últimos momentos (do Neymar) têm sido conturbados. Vamos deixar esses problemas fora da seleção neste momento. Acho importante a mensagem que vamos deixar e que todos tenham bastante claro o que pensamos na Seleção. Não queremos ser mais realistas ou mais duros do que ninguém. Temos muito nítido na nossa mente que o futebol muito bem jogado, brilhante dos últimos meses deva ser a marca principal de um jogador talentoso como Neymar. Se voltar a ser a norma, a regra, o futebol vai trazê-lo de volta à Seleção - disse.
(Foto: André Durão / GLOBOESPORTE.COM)
Mano Menezes preferiu não estabelecer prazos para a volta de Neymar à Seleção Brasileira. Em novembro há um amistoso contra a Argentina, no Qatar.
- A volta do Neymar depende dele. Se falamos tudo o que falamos espero mesmo que seja circunstancial, a fase. E que ele volte a chamar a atenção pelo que ele chamou até o momento. Espero que ele volte a chamar a atenção pelo futebol, pela capacidade de decisão, por tudo o que o trouxe para a seleção principal comigo.
Mano Menezes disse que não chegou a conversar com o técnico Dorival Júnior para saber todos os fatos que geraram o problema com Neymar nas últimas semanas. O treinador queria ouvir os pensamentos do companheiro de profissão, mas a demissão de Dorival do Santos atrapalharam os planos.
- Minha conversa com o Dorival não seria de conselhos nem daqui para lá e nem de lá para cá. Conselho é uma complicada de se dar não fazendo parte de forma integral de qualquer situação. A minha conversa seria para ter conhecimento de todos os fatos. Como técnico sei que nem todos os fatos são tornados públicos, mas o que acontece internamente pode explicar muita coisa. A conversa não aconteceu por circunstâncias. Não quero entrar mais fundo na análise porque vimos do lado de fora. Como técnico da seleção sou perguntado sobre esse assunto e preciso me posicionar. Não posso fugir de todas as questões e tenho o cuidado de não passar dos limites.
Neymar fez parte da lista de convocados de Mano Menezes para a primeira partida da Seleção após a disputa da Copa do Mundo na África do Sul e se tornou um dos símbolos do processo de renovação apresentado pelo treinador. O jogador, inclusive, foi um dos destaques da equipe que venceu os Estados Unidos por 2 a 0, em Nova Jérsei. Naquela ocasião, o atacante do Santos deixou a sua marca, e Alexandre Pato fez o outro.
O problema de Neymar com Dorival Júnior estourou no dia 15 de setembro durante a partida contra o Atlético-GO, no Serra Dourada. O jogador ficou irritado por ter sido preterido na cobrança de um pênalti e acabou se desentendendo com o treinador, soltando vários palavrões. Para não perder o comando, o comandante do Santos afastou o atleta por tempo indeterminado, deixando o fora do jogo diante do Guarani, no último fim de semana. Porém, na última terça-feira, o Dorival foi demitido por não relacionar o garoto para o clássico contra o Corinthians.