Com a produtividade no Flamengo em xeque, técnico constata: 'O time não deu a mesma sintonia na Libertadores'
Joel Santana está no Flamengo há dois meses, mas o risco de eliminação na primeira fase da Libertadores coloca o trabalho do treinador em xeque. Contra o Vasco, ele completou 16 partidas no comando da equipe nesta quinta passagem pelo clube. Até aqui, foram dez vitórias, dois empates e quatro derrotas, com aproveitamento de 66,6%. Depois de ter sido eliminado pelo Vasco na semifinal da Taça Guanabara, o time é o líder do Grupo A da Taça Rio e já conseguiu a classificação para a próxima fase. O problema é que o principal objetivo do clube no primeiro semestre é o título da competição sul-americana, que está distante.
Nesta quinta-feira, o Rubro-Negro entra em campo para tentar a classificação para as oitavas de final da Libertadores. A equipe enfrenta o Lanús, no Engenhão, e tem de vencer. O GLOBOESPORTE.COM acompanha tem Tempo Real. Mas só isso não basta. Também será preciso torcer pelo empate entre Olimpia e Emelec. As equipes jogam no Paraguai, também às 19h30m (de Brasília).
Joel reconhece que a missão é complexa e espera dificuldades contra os argentinos. Com a eliminação iminente, ele já fala em Campeonato Brasileiro. Diz que a equipe vai ser reformulada para a competição nacional e chegará com força.
Nos últimos dias, o treinador foi defendido por alguns jogadores. O goleiro Felipe e os laterais Léo Moura e Junior Cesar, por exemplo, destacaram a série de lesões graves que atingiu o grupo e o tempo curto para treinar a equipe. Joel diz que não fez nem metade do que gostaria.
- Parece que estou me despedindo (risos). Tive trabalho teórico, não tive o prático. Dei preleção para caramba. Fiquei até cansado. Tem dia que nem precisa dar preleção, já falei muito. Tem dia que até falo pouco. Quantas vezes você me viu colocar o Léo Moura para cruzar vinte bolas na área? Não viu. E três jogadores para cobrar escanteios? Não viu. Não posso falar que fiz um bom trabalho, fiz 30, 40%. O tempo era esse. Não estou reclamando, estou conversando. Quando você muda de um local de trabalho para outro, até se adaptar leva tempo. Trabalhamos a defesa dentro da competição, foi de boca. Nós botamos um zagueiro novo dentro da competição (Marcos González), tivemos de mexer na formação. O Léo (Moura) se machucou. Nós não começamos mal a Libertadores, começamos bem. Só que essa competição não te perdeoa. Às vezes, um jogo para você é fatal. O jogo que precisávamos vencer não conseguimos, que foi aquele 3 a 0 (que terminou 3 a 3 com o Olimpia, no Rio). A ferida ainda está aberta. Ela não fechou para ninguém.
Como pontos positivos, o técnico cita as chances que deu aos mais jovens, como Muralha e Luiz Antonio, e o fato de ter utilizado jogadores que estavam encostados.
- Não trato bem só o Ronaldo, mas principalmente quem não joga, jogadores que não estão inscritos e eu botei para jogar. Paulo Sérgio foi só para um jogo (contra o Friburguense) e me ajudou com o passe para o gol do Kleberson. O Rômulo foi chamado para os jogos contra Fluminense e Vasco. Eles sabem quem eu sou. Me conhecem. Eu sou honesto. Futebol é assim.
Independentemente de avançar ou não na Libertadores, Joel já chegou a uma conclusão.
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- O time não deu a mesma sintonia na Libertadores. Nas duas primeiras rodadas, fizemos quatro pontos (empate com Lanús e vitória sobre o Emelec). Contra o Olimpia, era para fazer sete e não fizemos. Foram falhas coletivas que você consegue trabalhar na base. Nossa equipe não está equilibrada. Não sei se fisicamente, tecnicamente, taticamente ou até psicologicamente. Foi uma equipe que parou. Isso é uma coisa para ser estudada, revista, e você tomar posições. Eu erro pouco. Erro procurando fazer as coisas certas. Mas aí você vai conhecendo melhor o nosso grupo. A coisa está encaminhada. Hoje, sabemos tudo que nós temos. As coisas estão programadas. Vamos deixar passar o jogo (contra o Lanús). Temos um jogo domingo que é importante para saber a nossa posição na Taça Rio (contra o Americano).
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FONTE: GLOBO