terça-feira, 22 de maio de 2012

Odone compara Arena do Grêmio ao Allianz: 'Aquilo, com alguma melhora'


Presidente do clube gaúcho relata experiências após assistir à final da Liga dos Campeões, no sábado, e vê futuro estádio em nível europeu

Por Lucas Rizzatti
Porto Alegre
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O Grêmio pretende ser um aprendiz desafiador. Usou o Allianz Arena como uma das inspirações e quer superá-lo quando completar de erguer, em novembro, o novo estádio do clube, no bairro Humaitá, na Zona Norte de Porto Alegre.
- A Arena vai ser um negócio como aquilo lá, mas com alguma melhora - promete o presidente do Grêmio, Paulo Odone.
estádio Allianz Arena final da Liga (Foto: Reuters)Allianz Arena na final da Liga, num azul contra vermelhos. "Parecia Gre-Nal", diz Odone (Foto: Reuters)
O presidente já estava em Paris quando atendeu ao telefonema do GLOBOESPORTE.COM. No sábado, no entanto, fincou pé na Alemanha, onde assistiu numa das cadeiras do templo do Bayern de Munique à decisão da Liga dos Campeões, entre os anfitriões e o Chelsea. Os ingleses acabaram calando o gigante de aço e boa parte das 66 mil vozes, levando o título europeu.
Mais do que acompanhar de perto o jogo mais cobiçado do ano, Odone aproveitou a passagem pelo estádio para compará-lo ao futuro lar azul. E diagnosticou três diferenças principais. Segundo ele, a Arena do Grêmio terá mais conforto nas acomodações, evoluirá no sentido de acessibilidade e, sobretudo, deixará o torcedor mais perto do gramado em relação ao ponto mais alto do estádio.
- Estive no anel superior e pude ver que, na nossa Arena, ficaremos mais próximo do campo - avalia - Mas essas evoluções são naturais, uma vez que o estádio (Allianz) já tem uns anos (sua construção finalizou-se em 2005). E a Arena está mais alinhada com o que há de mais novo em termos de engenharia e tecnologia.

"Gre-Nal", família e chegada a pé

Um fator, no entanto, Odone crê que vai ser mais demorado para adaptar dos grandes estádios europeus. No Allianz Arena, testemunhou a convivência lado a lado, e pacífica, de vermelhos e azuis, sensação um tanto diferente do encontrado no Brasil em dia de grandes clássicos.
- Havia dois meninos que ficaram juntos nas cadeiras, cada um torcendo para seu time. As pessoas vibravam, ninguém agrediu ninguém, nem xingou - elogiou. - Um espetáculo emocionante.
arena grêmio odone antonini (Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)
Odone, nas obras da Arena do Grêmio
(Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)
Preocupado com a cultura brasileira, pouco acostumada à proximidade com o campo, o Grêmio preferiu, ainda no início do ano, retomar a ideia de um fosso entre torcida e gramado. A intenção é de, com o passar dos anos, fechá-lo e adotar o estilo europeu, sem qualquer separação - uma exigência da Fifa para os estádios da Copa de 2014.
Além do lado mais família dos estádios e da conscientização contra invasões, a arena europeia também impressionou Odone pela forma como os torcedores chegam até ela. A maior parte dos fãs alcançam o estádio a pé, a partir de determinada distância.
- Não se chega de automóvel, só carro oficial. Os demais param antes, descem de ônibus e caminham. As pessoas estão acostumadas - relata, satisfeito.
Construído para o Mundial de 2006, o Allianz Arena muda a cor de sua fachada conforme o mandate do jogo: vermelho para o Bayern Munique, azul para o Munique 1860 e branco, com a seleção alemã.

Grêmio, Bayern e a inaguração

As obras da Arena do Grêmio seguem evoluindo e já estão mais de 70% concluídas. Entre trabalhadores diretos e indiretos, há quase 3 mil homens em ação - e a expectativa é de que a conta aumente. Crescendo 1,5% por semana, o estádio será finalizado no fim de novembro, com capacidade para até 60,5 mil torcedores e custo de R$ 600 milhões.
O Grêmio quer o Bayern de Munique para o jogo inaugural da Arena, previsto para 8 de dezembro. Mas é exatamente a questão da data da partida que surge como o impasse principal entre os dois clubes. De acordo com o presidente Paulo Odone, os alemães gostariam de atuar no dia 13 de dezembro, o que impediria a saída dos jogadores do Grêmio para as férias após o Brasileirão, que termina no dia 2 daquele mês, num clássico Gre-Nal.
O Grêmio também planeja um grande show na abertura da Arena. Depois da negativa do AC/DC, a banda Foo Fighters é a opção preferencial. O Olímpico, que será entregue à OAS - empresa que trabalha na construção da Arena - em março, vai receber o show da cantora Madonna, dia 9 de dezembro. Lá, também haverá um amistoso de despedida, ainda com adversário indefinido, possivelmente com um encontro entre ídolos da história do Grêmio.
FONTE: GLOBO