Sensações na temporada 2014, quando foram consideradas as principais equipes do Brasil, rivais chegam ao primeiro clássico do ano tentando achar fórmula do sucesso
Marcelo Oliveira e Levir Culpi tem dores de cabeça antes de clássico mineiro (Foto: Editoria de Arte)
Desmanche + desfalques = desentrosamento. A fórmula do "Triplo D" assombra o primeiro clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG na temporada 2015. De um lado, um time em formação, de outro uma equipe mudada por causa dos desfalques. O primeiro encontro do ano entre os melhores times do país, no ano passado, será bastante diferente dos grandes jogos que Cruzeiro e Atlético-MG protagonizados por eles em 2014. E o resultado dessa somatória de problemas é o desentrosamento, que vem tirando o sono dos dois treinadores antes da partida no Mineirão, no próximo domingo, pelo Campeonato Mineiro.
Na Raposa, o desmanche feito em dezembro e janeiro, com as saídas do lateral Egídio, dos meias Ricardo Goulart e Everton Ribeiro, do volante Lucas Silva e do atacante Marcelo Moreno fizeram a diretoria correr contra o tempo e ir ao mercado buscar as peças de reposição.
Com isso, o clube trouxe 13 jogadores, e o entrosamento passou a ser a menina dos olhos do técnico Marcelo Oliveira que, depois de dois empates na Libertadores, voltou a pedir a chegada de mais um meia para facilitar o trabalho, já que as fichas recaem sobre os ombros do jovem meia uruguaio De Arrascaeta.
Mas o time celeste está em formação e já apresentou evolução no decorrer dos jogos. O atacante Leandro Damião vem recuperando a boa fase e já marcou gols e deu assistências. O zagueiro Paulo André e o volante Willians entraram bem na equipe e dificilmente deverão sair do time. Mas Paulo André acredita que o Cruzeiro está estruturado, apesar da reformulação, e que será um duelo igual entre os dois rivais.
SAIBA MAIS
- Acho que está equilibrado, é um jogo parelho. A gente está bem estruturado, apesar da reformulação e dos novos jogadores. É um time seguro, que tem feito bons trabalhos nos jogos. Atlético-MG também é um time estruturado. Quem estiver melhor e falhar menos vai acabar vencendo essa partida.
Pelo lado atleticano, a situação é um pouco mais complexa. Se o clube entrou em 2015 com a manutenção de quase todo o elenco como o principal reforço, no decorrer dos jogos viu essa vantagem ir por terra. Por contusão, perdeu Marcos Rocha e Douglas Santos, laterais titulares e destaques do time em 2014, além da maior contratação para o ano: o atacante Lucas Pratto.Sem o titular, Levir Culpi se viu obrigado a utilizar Jô e André, que estavam praticamente fora dos planos do clube no final do ano passado.
O primeiro entrou para o grupo de lesionados, logo após a estreia na Libertadores e o segundo foi titular na segunda rodada, contra o Atlas. Diante dos mexicanos foi a vez de Leonardo Silva ir para o estaleiro. Com fratura na mão esquerda, o jogador não tem previsão de retorno ao time e Edcarlos vem sendo o dono da posição ao lado de Jemerson. Resultado? Nenhum ponto conquistado na competição internacional, e a lanterna do Grupo 1.
Cruzeiro sente a venda de jogadores, enquanto o Galo o desfalque de titulares no clássico (Foto: Gualter Naves/Light Press)
Recuperação
O atacante do Atlético-MG Luan concorda que o time não atravessa um bom momento no que diz respeito ao entrosamento, mas espera a recuperação do melhor futebol.
- Recuperar dá, sempre. Não tem aquele time que mantém três anos seguidos jogando em alto nível. Tivemos dois anos bons e agora tivemos algumas baixas, saíram alguns jogadores que eram referências. Então tem que ter tempo para pegar esse entrosamento.
Com tudo isso, o clássico se torna como uma espécie de redenção, antídoto ou remédio para o momento instável. Um triunfo no Mineirão sobre o maior rival poderá colocar o time vencedor no caminho certo das vitórias e ser um atalho para conseguir o entrosamento o quanto antes.
FONTE; GLOBO