terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Eduardo da Silva ainda sofre com lesões musculares, mas diz que o pior já passou

Atacante do Arsenal joga com caneleira especial para proteger local da fratura no tornozelo e não planeja retirar placas e parafusos tão cedo

Após sofrer uma fratura exposta há exatamente dois anos, em um jogo do Arsenal contra o Birmingham pelo Campeonato Inglês, Eduardo está certo de que superou todos os problemas decorrentes da lesão. Físicos e psicológicos, já que o temor de uma entrada semelhante à do zagueiro inglês Martin Taylor, em um país onde a força física dita mais o ritmo no futebol do que em qualquer outra liga da Europa, não seria só frescura.


- Fiz uma caneleira especial para o meu pé e, no momento ali, me senti o Gladiador. Estou protegido, tornozelo, a canela. E, com isso, eu ganhei confiança também - conta o brasileiro naturalizado croata.

Bernardo Pires Domingues/GLOBOESPORTE.COM

Com o ex-companheiro de Arsenal Gilberto Silva, o médico da seleção brasileira José Luiz Runco e o amigo Narley durante o período de recuperação da contusão no Brasil, em 2008

O que também deu estímulo ao atacante foi a certeza com o que os médicos (inclusive o médico da seleção brasileira, José Luiz Runco, que acompanhou sua recuperação) garantiram seu retorno aos campos:


- Quando os doutores falaram pra mim, tanto no Brasil quanto aqui, ‘Pode ficar tranquilo que você vai voltar a jogar futebol’, foi isso o que me deu mais força.
O período da recuperação passado no Rio teve, além da supervisão de Runco (que também acompanhava o trabalho que vinha sendo feito por Ronaldo), exercícios com bola no Centro de Futebol Zico e a companhia de amigos e da família.

Com Ronaldo, quando os dois se recuperavam de lesões, no Rio de Janeiro, em 2008

Com a confiança lá no alto, o primeiro jogo pelo time principal do Arsenal, contra o Cardiff pela Copa da Inglaterra, uma semana antes do aniversário de um ano de sua contusão, surpreendeu cada um dos 60.000 presentes ao estádio Emirates. Inclusive Eduardo. Dois gols marcados vieram quando ele queria apenas sentir como seria tocar na bola em um jogo para valer:


- O que eu mais queria ali não era nem fazer gol. Queria saber meus movimentos; se, quando eu tocasse na bola, teria alguma diferença. Era só isso. Gol vem se você estiver numa posição boa, com sorte, quando tudo vai bem. Os gols foram um bônus.


No entanto, uma série de lesões musculares – esperada em quem passou um ano parado - transformou os primeiros seis meses do retorno do atacante em um vai-e-vem entre campos e consultórios médicos.

Antes de a atual temporada começar, a vontade de jogar mais frequentemente o fez optar por não retirar placas e parafusos implantados para reparar a fratura no tornozelo esquerdo.


- Foi só uma limpeza que fiz. Deixei porque o doutor me orientou. Se eu tirasse, ia ficar mais tempo sem jogar. Para poder fazer a pré-temporada com o grupo, deixei. Não pretendo tirar, até agora não está me incomodando - explica.

Com a mulher Andreja (segurando a filha Lorena no colo) e amigos em Angra

Por ironia, após um dos primeiros jogos depois da limpeza cirúrgica, Eduardo quase foi suspenso por uma partida a menos que seu agressor, Martin Taylor, ficou fora de ação pela entrada que quebrou sua perna.

A União Europeia de Futebol (UEFA) entendeu que o atacante simulou um pênalti em uma partida contra os escoceses do Celtic pela fase classificatória da Liga dos Campeões da Europa e o baniu por dois jogos, retirando a punição em seguida quando o clube inglês recorreu.


Os problemas musculares de Eduardo ainda continuam, mas o brasileiro-croata jura que não têm mais nada a ver com a fratura e espera estar pronto para enfrentar o Stoke City no próximo sábado:


- O pior já passou.


Entrevista agendada por intermédio do SEM Group (www.semplc.com)

fonte: GLOBO