Inter estreia nesta terça-feira na competição internacional. Volante argentino evita comparações com o time campeão em 2006
Repetir o feito de 2006. Esse é o lema do Internacional para a Taça Libertadores de 2010. O clube está voltado e focado para o bicampeonato da competição. Prova disto é que o técnico Jorge Fossati utilizou o time B nos primeiros jogos do Campeonato Gaúcho a fim de prolongar a pré-temporada dos principais atletas. No último domingo, novamente os reservas foram a campo, desta vez contra o Novo Hamburgo, pela semifinal do Estadual. A falta de entrosamento custou caro, e o Colorado ficou fora da decisão do primeiro turno. Nesta terça-feira, a equipe estreia no Beira-Rio, contra o Emelec, do Equador, às 21h50m (de Brasília).
E o volante Guiñazu, símbolo do time vermelho, conversou com o GLOBOESPORTE.COM e falou sobre sua expectativa. Capitão da equipe, ele lembra que o elenco deste ano deve se inspirar no de 2006 no sentido de levantar o troféu. Porém, com propriedade de quem enfrentou o Inter na semifinal daquele ano, pelo Libertad, do Paraguai, evita comparações e ressalta que são momentos diferentes. Ídolo colorado, o argentino foi claro ao definir a importância do título:
- Significaria a cereja na minha sobremesa.
Guiñazu quer repetir o feito do time campeão de 2006, em que Fernandão era o capitão
GLOBOESPORTE.COM: Quem você aponta como principal adversário do Inter na Libertadores?
Guiñazu: Sempre temos de respeitar muito os times brasileiros. E não posso esquecer os argentinos, como o Estudiantes, que é o atual campeão. Sem desmerecer ninguém, sempre vai ter um brasileiro e um argentino para levantar a taça. Não vai ter moleza.
Qual time brasileiro mais te preocupa?
Todos. Tenho medo de todos, mas medo no bom sentido. São times com experiência e com grandes, grandes grupos. Isso faz muita diferença na hora de jogar a Libertadores. Os argentinos, mesmo quando não têm um grupo qualificado como São Paulo, Cruzeiro e o próprio Inter, que tem um grupo lindo, com grandes jogadores, fazem prevalecer a experiência.
Qual a principal característica que o Inter deve ter para ir bem na Libertadores?
O principal é ter um time aguerrido na marcação e no ataque. É o primeiro passo para mim. Temos que fazer nove pontos em casa na primeira fase para conseguir a vaga, mas temos que ser agressivos dentro e fora de casa.
Muito se fala que na Libertadores tem que ter garra. Você é um símbolo da garra no Inter, se desdobra em campo. A raça seria o ponto chave para o Inter se sair bem na competição?
Tem que ser agressivo na marcação, ir na raça. Ir todo mundo, não só os volantes. Se queremos ganhar, temos que ter essa consciência. Essa raça não é só defender. É raçudo quem pede a bola sempre e tenta definir o jogo.
O Inter sonha repetir a campanha de 2006 neste ano. O que aquele time tinha que deve servir de exemplo? E o que você acha que o time de 2010 tem de parecido com o de 2006?
Tive o azar de jogar contra eles pelo Libertad, do Paraguai, na semifinal. Era um time duro. Vamos nos inspirar no sentido de tentar ganhar. Não podemos repetir nada. É um grupo novo, jogadores novos. Vai ser diferente. Não podemos comparar nada. Temos de fazer nosso caminho e tentar ficar com esse título. Sabemos que será muito complicado, difícil. Vamos fazer o nosso melhor para conseguir o objetivo, que é o bicampeonato.
O que significaria uma conquista de Libertadores para você?
Cheguei numa semifinal. Significaria a cereja na minha sobremesa, como se diz por aí. O que estaria faltando para ficar completamente feliz neste clube lindo. Vamos dar mais que a vida.
Até pela sua idolatria no clube, é uma obsessão levantar essa taça para coroar sua passagem no Inter?
Eu não olho pela idolatria. Estou agradecido e pela vida toda vou agradecer o carinho da torcida do Inter. É um título que todo mundo fala, você respira diferente. Tive a oportunidade de jogar e implica muitas coisas na vida do jogador. Um título muito buscado por cada atleta que tem a chance de jogar. Seria extraordinário e tomara que dê certo. Seria uma glória para mim dividir com todos do grupo, com cada funcionário do clube.
Até que ponto ter um treinador como o Jorge Fossati, com experiência nessa competição, pode ajudar?
Recentemente ele ganhou a Sul-Americana, que é uma competição parecida. Tem muita experiência, é um treinador de seleção. Vai dar certo, mas quem decide é a gente dentro de campo. Temos de tentar transformar este sonho em realidade. Seria um prestígio muito grande para cada um de nós.
O Inter disputou algumas partidas do primeiro turno do Estadual com o time B para poupar vocês para a Libertadores. Isso realmente ajuda ou pode atrapalhar?
Está indo tudo muito bem, está caminhado. Vamos ver se ajuda ou não no momento do resultado. Futebol é resultado. Podemos fazer tudo certo, mas se não vier, fica tudo ruim. Vamos continuar a trabalhar. A cabeça do grupo é essa. Chegando a abertura da Libertadores, aquele que for escolhido para jogar tem que brigar. É uma competição diferente e todo mundo tem que estar preparado.
Manter a base do time do ano passado deixa o Inter um passo à frente de equipes que contrataram bastante?
Eu não acredito muito nisso. Pode ter vantagem, mas é o momento de mostrar em campo. Conta a qualidade, a experiência. Vai ser muito difícil e temos de respeitar todos da mesma forma.
fonte: globo