Estádio "Nia Torquato" nos bons tempos do 26 de Julho
Houve um tempo em que o futebol de Luís Gomes era conhecido e respeitado em todo o alto este potiguar e sertão paraibano. O “26 de julho”, equipe que representava o município nas competições regionais, vencia grande parte das disputas que enfrentava, elevando o nome da cidade e dando orgulho aos apreciadores do esporte bretão.
Nas tardes de domingo, o Estádio Nia Torquato era o destino de grande parte dos homens, mulheres e crianças luís-gomenses, que iam torcer pelos nossos atletas. E após o espetáculo se dirigiam ao centro da cidade onde celebravam as inúmeras vitórias do Galo da Serra.
Jogadores de Luís Gomes eram admirados e sondados por equipes profissionais. Figuras como Lavrado, João Preto, Paulo de Basa e Antônio de Valdimiro ainda hoje são lembrados quando o assunto são os bons futebolistas do passado. Como o exemplo mais recente e exitoso podemos citar o caso de Anderson Lunguinho, popularmente conhecido como “Son”, que na década de noventa, depois de ser destaque na equipe do Sousa Esporte Clube, se transferiu para o badalado Fluminense, do Rio de Janeiro.
Com o passar do tempo muita coisa mudou, e para pior. Hoje o glorioso "26 de julho" existe apenas nas lembranças e histórias de quem viveu aqueles momentos. O Estádio Municipal encontra-se com os portões fechados há vários anos, apesar de algumas centenas de milhares de reais terem sido liberadas pelos governos estadual e federal para a construção de uma grande arena, que poderia contribuir muito para a revitalização do futebol na terra de Senhora Santana.
Desde a renúncia do então prefeito, Carlos José Fernandes, a obra encontra-se paralisada, sem que nenhuma justificativa tenha sido dada à população por parte do poder público.
Atualmente os praticantes do futebol estão sujeitos a disputarem suas partidas em um campo no Bairro Sol Nascente, de piso duro e pedregoso, sem vestiários, sem isolamento que garanta a segurança dos esportistas e transeuntes que passem nas proximidades. Enfim, sem nenhuma infraestrutura.
Cabe aos órgãos competentes, como a Câmara Municipal e o Ministério Público, cobrarem explicações sobre o não término desta importante obra, que garantiria ao povo desta terra condições dignas para a prática do futebol.
Outro fato que merece ser lembrado é que na Copa Primo Fernandes do ano em curso, Luís Gomes conta com apenas um representante na competição. O correto seria dois, o vencedor e o segundo colocado do campeonato municipal do ano passado. Ou seja, São Bernardo e o Poeirão, respectivamente. Mas, devido a falta de apoio, o atual vice-campeão luís-gomense abriu mão da vaga por não ter condições de participar da principal competição regional.
Já a equipe da Vila teve sorte e conseguiu um patrocinador que arcou com a inscrição e o novo uniforme, bem como com as despesas de transporte para deslocamento nos jogos fora de casa e uma quantia em dinheiro, por jogo, para custos adicionais. Não fosse isso, pela primeira vez, depois de dez edições da Copa, nosso município não teria nenhum time inscrito.
O fato é que pouco tem sido feito pelo esporte local. Programas sociais, bancados pela união, que fomentavam a prática esportiva junto aos jovens, estão inativos ou encerraram de vez suas atividades em Luís Gomes. Não se sabe o motivo, já que praticamente não há publicidade dos atos do executivo.
É triste dizer isso, mas o esporte na terra de Senhora Santana está agonizando, e bem perto do fim.
Recentemente o professor e radialista Pacifal Pereira foi nomeado pelo prefeito, Tadeu Nunes, para o cargo de coordenador de esportes na atual administração. Ele é conhecido pela sua longa carreira como cronista e sua dedicação ao desporto. A ele meu sincero desejo de Boa Sorte. Já que, muito tem a ser feito para mudar esta infeliz realidade.
Como dizia o Homem do Bumbo, personagem do falecido Lilico no programa do SBT - A Praça é Nossa:"Tempo bom, não volta mais. Saudade... de outros tempos iguais!”.
*Nilberto Costa/ Luís Gomes em Dia