Metade do Mineirão aplaude, a outra vaia jogadores rivais. Mas todos se unem na hora de vaiar a Seleção após o empate com os chilenos
Por Rodrigo Fuscaldi
Belo Horizonte
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O amistoso era entre Brasil e Chile, mas parecia que Atlético-MG e Cruzeiro estavam em campo na noite desta quarta-feira no Mineirão. Mais de 53 mil pessoas compareceram ao estádio e assistiram ao empate em 2 a 2 no último jogo antes da convocação final para a Copa das Confederações. A paixão pelos clubes deixou o time de Luiz Felipe Scolari em segundo plano em vários momentos da partida.
Na hora que os alto-falantes anunciaram a escalação do Brasil, os torcedores se dividiram entre vaias e aplausos a Dedé, do Cruzeiro, e Réver e Ronaldinho Gaúcho, do Atlético-MG. Os outros jogadores foram praticamente esquecidos. Mesmo Neymar, a estrela do elenco.
Em seguida, os torcedores celestes quase atrapalharam a dupla sertaneja César Menotti e Fabiano. Com os jogadores das duas seleções perfilados, os cantores foram os responsáveis pela execução do Hino Nacional. No momento da frase “a imagem do Cruzeiro resplandece”, o torcedor celeste gritou tanto que chegou a abafar o som do estádio.
Depois, foi a vez de a torcida do Galo sobressair. Com a bola já no círculo central, a poucos minutos do início da partida, os torcedores atleticanos começaram a cantar o hino do Galo. Obviamente, foram vaiados pela metade azul do estádio.
Os ânimos se acalmaram com o início do jogo, mas bastava um atleta do Galo ou do Cruzeiro pegar na bola para surgir um misto de vaias e aplausos. Até no momento do gol do alvinegro Réver, após cruzamento de Neymar, houve vaias da torcida celeste. Poucas, é verdade.
O único momento de consenso foi na insatisfação pelo empate. Após o apito final, cruzeirenses e atleticanos se uniram para vaiar a atuação da Seleção.
FONTE: GLOBO