Primeira vitória de Parreira no comando de uma seleção estrangeira tem o gosto amargo da eliminação. Bleus voltam para casa com a crise na bagagem
Foi uma festa incompleta, com sorrisos constrangidos e vuvuzelas sem força. Diante das arquibancadas do Free State tingidas de amarelo, a África do Sul enfim arrancou sua primeira vitória na Copa do Mundo. Era tarde. Os 2 a 1 em cima da França, sob os olhares do presidente do país, Jacob Zuma, não foram suficientes para garantir o salto heroico às oitavas de final. Os 39.415 torcedores aplaudiram seus ídolos ao fim do jogo, mas a euforia que envolve o time da casa sofreu o golpe definitivo. Com Uruguai e México classificados no grupo A, os Bafana Bafana morrem abraçados com os franceses, que voltam para casa levando na bagagem uma crise do tamanho de Paris e uma das piores campanhas de sua história.
Os sul-africanos acenderam a esperança em Bloemfontein com Khumalo e Mphela, fazendo 2 a 0 – faltavam outros dois gols para buscar a classificação. Mas a França finalmente balançou a rede no continente africano, com Malouda, e deu números finais à partida. A primeira vitória do brasileiro Carlos Alberto Parreira em Copas no comando de uma seleção estrangeira teve sabor de derrota. Está quebrada a escrita: pela primeira vez, o país sede não consegue avançar. Em Rustemburgo, o Uruguai bateu o México por 1 a 0 e foi adiante como líder da chave. Os adversários da Celeste e dos mexicanos saem da disputa entre Argentina, Coreia do Sul, Grécia e Nigéria.
Na saída do gramado, um episódio antidiplomático que resume bem o clima das duas seleções: Parreira foi cumprimentar o colega Raymond Domenech, e o técnico francês tirou a mão, alegando que o brasileiro tinha falado mal da França anteriormente. Na entrevista coletiva após a partida, Parreira, que foi eliminado pela França de Domenech na Copa de 2006, disse não ter entendido a reação do rival e garantiu que não criticou os Bleus em nenhum momento.
fonte: globo