Torcedores já conhecem os carros dos jogadores e planejam a melhor maneira de conseguir contato com eles em Milanello
Centro de Treinamentos do Milan, Milanello fica isolado a mais de 50 km do centro de Milão. Não há transporte público e um táxi até lá custa quase R$ 200. O único jeito é ir dirigindo ou pegar carona. Por isso, a rua do lado de fora tem quase tantos automóveis quanto o estacionamento do lado de dentro. Modelos longe do luxo dos carros dos jogadores, mas que diariamente trazem dezenas de torcedores em busca de um autógrafo e uma foto dos ídolos.
Eles chegam cedo. Sem saber ao certo a hora em que os jogadores irão aparecer, muitos batem ponto à porta de Milanello três ou até quatro horas antes de o treinamento começar. A maioria já conhece até os carros dos ídolos, ainda que sejam todos de uma mesma marca que patrocina o clube.
- Lá vem o Zambrotta - grita um adolescente apontando para um veículo que acabou de virar a esquina vindo da estrada principal, a quase meio quilômetro de distância.
Logo começa a correria. É preciso definir onde ficar para poder chegar o mais depressa possível até a janela do motorista, caso o jogador decida parar, é claro. Mas a maioria para. Os recém-chegados Robinho e Zlatan Ibrahimovic foram exceções. Talvez porque não tenham vindo dirigindo o próprio carro já que ainda não conhecem bem o caminho até Milanello.
Após a confirmação de que todos os jogadores já haviam passado, os amigos Ciro, Andrea, Gioacchino, Davide e Simone mostravam orgulhosos os autógrafos.
- Esse aqui é do Thiago Silva! Aquele ali é do Pato - exibia Andrea.
- Eu também consegui o do Pato - dizia Davide.
Da entrada de Milanello, guardada por dois seguranças sempre a postos, os fãs também tentam se comunicar com os jogadores, seja para ganhar um aceno ou para enviar uma mensagem.
- Míster, boa sorte! Confiamos no senhor! - gritava um torcedor para o treinador Massimiliano Allegri, o "míster" em questão.
São tantos torcedores que isso até estimulou o comércio da região. Para atender a quem passa o dia do lado de fora de Milanello, existem dois quiosques à beira da estrada. Ali, nunca para nenhum jogador, apesar de os sanduíches parecerem bem convidativos.
- Eles têm muito dinheiro, não precisam parar para comer aqui - diz Massimo, torcedor do Milan vindo de Seregno, cidade a 60 km de Milanello.
- Também, se eles pararem, logo virá uma multidão em volta deles - lamenta Fernando, o dono do quiosque Nando's Cafè.
fonte: globo