sábado, 4 de setembro de 2010

Ilsinho esquece a Ucrânia, festeja volta e quer enfrentar o Flamengo na quarta

Lateral-direito foi oficialmente apresentado neste sábado, após o treino no CT da Barra Funda e diz que joga onde o técnico Sérgio Baresi precisar

Por Marcelo Prado São Paulo

Ilsinho está de volta a sua casa. Três anos após ser negociado com o Shakhtar Donetsk (UCR) por 11 milhões de euros (R$ 25 milhões), o lateral-direito retornou ao São Paulo para atuar por um ano. Ele, que usará a camisa 77, aproveitou uma pendência financeira com seu atual time, entrou com representação na Fifa e, enquanto seu caso não for julgado, o que vai ainda vai demorar, ganhou liberdade provisória.

Ilsinho apresentado no São PauloIlsinho apresentado no São Paulo (Foto: Marcelo Prado / GLOBOESPORTE.COM)

Na entrevista coletiva concedida na manhã deste sábado, no CT da Barra Funda, o jogador não escondeu a alegria. Falou sobre a sua preferência pela posição e sobre a responsabilidade de voltar ao clube que o projetou para o futebol. E deixou claro: se o técnico Sérgio Baresi precisar, ele pode estrear na quarta-feira, contra o Flamengo, no Morumbi.

Confira abaixo os principais pontos da entrevista do jogador que, em sua primeira passagem pelo Morumbi, entre 2006 e 2007, disputou 48 partidas e marcou quatro gols.

O que representa a volta ao São Paulo?
Quando você passa três anos longe, fica uma saudade natural tanto do seu país quanto da sua antiga casa, que é o que o São Paulo representa para mim. Quando voltei a treinar aqui, apenas para manter a forma, é claro que ficava esperando que eles me convidassem para permanecer. Foi um período de muita ansiedade. Quando surgiu a liberação na Fifa, houve o convite. Meus representantes chegaram a apresentar outras propostas, mas eu deixei bem claro que seria hora de voltar a jogar no São Paulo e ficar perto da minha família. O importante é que tudo deu certo e estou muito feliz.

Em que posição gostaria de atuar?
Como disse algumas vezes, estou aqui para ajudar. Quando fui para a Ucrânia, atuei como meia e gostei. Mas estou voltando com prazer para atuar na lateral, na ala, no meio, onde precisar.

A passagem atual é diferente da primeira?
As duas sensações são maravilhosas. Mas agora é melhor. Na outra, havia chegado desacreditado do Palmeiras, onde tinha feito apenas cinco jogos como profissional. Agora volto para o time que me projetou para o futebol mundial, que me fez crescer no futebol.

Está pronto para assumir a responsabilidade?
Minha responsabilidade agora é maior. Até pela expectativa que existe em torno do meu retorno, pelo fato de o time ter a carência na lateral e pelas conquistas que tive no passado. Quero jogar, jogar bem e ajudar o São Paulo. E hoje me sinto muito mais preparado para isso.

Quando pode estrear?
Na parte física já estou no meu melhor, cheguei no meu peso ideal. Mas estou sem jogar desde maio. Participar de uma partida é completamente diferente. Mas, se o Baresi precisar, estou à disposição para o jogo contra o Flamengo.

Como avalia a passagem pela Ucrânia e o problema com o Shakthar?
Minha convivência lá foi supertranquila. Só que eles não respeitaram uma cláusula que existia no meu contrato e pararam de me pagar. Ainda me disseram: "Não crie tumultos, continue jogando e jogando bem". Foi o que fiz. Tanto que, após ficar um tempo fora do time, voltei a ser utilizado e, na decisão do Campeonato Ucraniano, o Shakhtar venceu por 1 a 0, com um gol meu. Fiz a minha parte. Depois, quando vi que eles não cumpriram a parte deles, resolvi agir. Como saí desse jeito, posso garantir que para lá não volto nunca mais. Agora, o que a Fifa vai decidir eu não sei.

Você recomendaria a Ucrânia a algum companheiro?
Tem a parte boa e a parte ruim. A parte boa é que os times grandes têm boa estrutura e, além disso, existe o empurrãozinho financeiro que eles te dão (risos). Quanto ao frio, você acaba se acostumando. Quando passou a primeira temporada, voltei para cá de férias e não queria saber de voltar. Mas você acostuma. Quando você vai jogar em alguns locais e vê os hotéis, fica um pouco assustado. Se algum companheiro pedisse conselho, eu diria que seria uma boa. Eu só não fiquei lá por causa do problema contratual.

fonte: globo