Longe dos campos há quase um ano, lateral-esquerdo de 35 anos fecha com o Jabaquara e também trabalhará com a diretoria do time praiano
Afastado dos gramados há quase um ano, Rubens Cardoso está de volta. Campeão mundial e da Libertadores em 2006 pelo Inter, o lateral-esquerdo de 35 anos adiou a aposentadoria para defender o Jabaquara, que disputa o Campeonato Paulista da Segunda Divisão - equivalente ao quarto escalão do Estado. Mas a função do lateral, anunciado nesta sexta-feira, não se limitará ao futebol. A ideia, segundo o jogador, é de também colaborar no extracampo do time santista.
- Fiquei esse tempo fora por opção minha e da minha família. Disputei o Paulista (de 2011) pelo Sertãozinho e depois resolvi cuidar das minhas coisas. Mas futebol é algo envolvente, não tem como fugir. Fiz faculdade de Gestão, e o Jabaquara apareceu com a proposta de também ajudar nessa área. Como estou bem fisicamente, achei que seria uma boa trabalhar com a garotada dentro de campo e junto à diretoria, que abriu as portas do clube para mim.
O projeto jabaquarense chegou ao conhecimento de Rubens Cardoso pelo técnico Paulinho Kobayashi, que o lateral conhece desde 2010, quando atuava pelo Bahia. Na ocasião, Kobayashi fez estágio com o então treinador tricolor Alexandre Gallo.
- Nunca atuamos juntos, mas fizemos uma amizade. Até porque também quero um dia ser treinador. Ele (Kobayashi) me procurou e apresentou o projeto do Jabaquara. Recebi muitas propostas, mas o planejamento de subir à Série A3 neste ano e estar na A2 no centenário do clube, em 2014, me interessou. Além disso, minha família está feliz aqui em Santos.
Não é a primeira vez que Rubens Cardoso aporta na Baixada Santista. Revelado pelo Botafogo de Ribeirão Preto e após boa passagem pelo Guarani, o lateral foi contratado pelo Santos em 2000. A passagem na Vila Belmiro, no entanto, foi marcada por muita pressão e críticas, devido à ausência de títulos.
- Era uma cobrança muito grande. Chegamos a uma final de Paulista (contra o São Paulo), mas não vencemos, e a cobrança aumentou. A estrutura ainda não tinha sido montada. É bem diferente de hoje, pois agora o Santos é uma escola, invejável em todos os lugares, comparável a clubes da Europa.
Da Vila Belmiro, Rubens Cardoso rumou ao Grêmio, onde obteve seu primeiro título: a Copa do Brasil de 2001. No ano seguinte, pelo São Caetano, viu a Libertadores escapar pelos dedos após a derrota na disputa de pênaltis para o Olímpia, na final. Em 2006, porém, o lateral conquistou não só a América, mas também o mundo pelo Inter. A vitória por 1 a 0 sobre o Barcelona em Yokohama, aliás, é considerada pelo jogador como o momento máximo da carreira.
- Disputei mais de dez finais na minha carreira. Foram jogos e momentos diferentes. Mas o Mundial pelo Inter foi o auge, não tem como comparar. Sou um vitorioso, e espero ter mais vitórias e acessos aqui pelo Jabaquara - concluiu o lateral, que também passou por Palmeiras, Atlético-MG e Coritiba (veja dois gols dele pelo Coxa no vídeo acima).
Faltam destaques na lateral
Com a experiência de quem atua profissionalmente pelo lado esquerdo da defesa desde 1995, Rubens Cardoso considera que faltam destaques da posição no Brasil. Para ele, é difícil falar de nomes para a Seleção Brasileira.
- Gosto muito do Juan (Santos). Ele agride bem, sabe marcar e apoia com eficiência, mas acima de tudo o futebol de hoje exige muita força. O Marcelo (Real Madrid) está muito bem, e também gosto do Kleber (Internacional), mas creio que, pela idade, ele já esteja em outra fase - analisa, avaliando que Marcelo e André Santos (Arsenal) são os nomes mais fortes na briga por vaga na Seleção.