sexta-feira, 19 de março de 2010

Impasse continua, e jogos da Libertadores e C. do Brasil podem ir para o Engenhão

Clubes pressionam a BWA - que confecciona e vende os ingressos - para melhorar o serviço no Maracanã. Novas reuniões marcadas para esta sexta

Roberto Dinamite, presidente do Vasco, ao lado de Rubens Lopes, presidente da Ferj

A reunião desta quinta-feira entre representantes do Fluminense e do Vasco com Rubens Lopes, presidente da Ferj, terminou sem solução para o impasse entre a Secretaria Estadual de Turismo, Esporte e Lazer do Rio e a BWA, empresa responsável pela emissão e venda de bilhetes e pelo controle de acesso ao Maracanã. Outro encontro está marcado para esta sexta-feira, mas a Ferj já enviou uma notificação para a CBF solicitando que as próximas partidas válidas pela Copa do Brasil e pela Libertadores sejam retiradas do estádio. Os jogos seriam marcados para o Engenhão.

Representantes de Vasco e Fluminense, que têm contrato com a BWA, participaram da reunião desta quinta-feira. O Flamengo, que também tem acordo com a empresa, não enviou ninguém.

Nesta sexta, será proposto à BWA um Termo de Ajustamento de Conduta para melhorias no serviço. O acordo ainda precisa ser aprovado pela Secretaria Estadual de Turismo, Esporte e Lazer do Rio de Janeiro.

- Chegamos a algumas diretrizes para que possamos terminar o Campeonato Carioca com jogos no Maracanã. Vamos propor um termo de ajustamento de obrigações para a empresa, sob pena de sérias sanções. Vamos propor ao Ministério Público que a BWA seja penalizada se descumprir essas medidas. Se não ocorrer uma solução, se os problemas não forem solucionados, vamos continuar sem jogos no Maracanã. Os clubes é que têm que trazer alternativas - avisou Rubens Lopes.

A esperança é de que tudo esteja resolvido até a realização do clássico entre Vasco e Fluminense, dia 28.

Um dos problemas apontados para a rescisão com a BWA é o ônus financeiro que isso poderia trazer para os clubes. O vice-presidente financeiro do Fluminense, Humberto Palma, no entanto, disse que isso não é decisivo para resolução do caso.

- Os clubes realmente receberam adiantamento, mas não acho que isso vá impedir uma possível rescisão. No caso do Fluminense, o valor é pequeno - disse o dirigente.

O Vasco foi representado pelo presidente Roberto Dinamite. O Flu foi com o vice-presidente de futebol, Alcides Antunes, o vice financeiro, Humberto Palma, e o assessor jurídico da presidência, Marcelo Penha.

Entenda o caso

Após os incidentes com as roletas do Maracanã no clássico entre Flamengo e Vasco, no último domingo, a secretária estadual de Turismo, Esporte e Lazer, Márcia Lins, notificou a Ferj e deu um prazo de três dias para que “sejam tomadas as devidas providências para evitar que os constantes problemas de acesso no estádio voltem a ocorrer”.

Do total de 103 roletas do Maracanã, somente 15 funcionaram no "Clássico dos Milhões", o que gerou um grande tumulto na entrada de torcedores. Foram 30.214 pagantes de um total de 37.104 presentes ao estádio.


Na rampa da Uerj, por onde entravam os torcedores cruzmaltinos, das 51 roletas somente cinco eram utilizadas. E na rampa do Bellini, local de acesso dos trocedores rubro-negros, de um total de 52 roletas, 42 estavam quebradas e somente dez funcionaram. Se o clássico, que não acontecia desde março de 2009, exatamente pelo Campeonato Carioca, tivesse recebido um número maior torcedores, a situação teria sido ainda mais caótica e dramática.

Por isso, a Federação do Rio foi obrigada a remarcar três jogos que estavam no programados para o estádio. Olaria x Vasco, no próximo sábado, e Fluminense x Resende, domingo, serão realizados no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. Já o Flamengo x Tigres de quarta-feira (dia 24) será no Engenhão.

fonte: globo