terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Grêmio tem 60 dias para definir futuro do espaço da geral na Arena


Liberado pelos Bombeiros para jogos com geral interditada por 2 meses, estádio também precisa de Habite-se da prefeitura. Inspeção é na quinta

Por Lucas Rizzatti
Porto Alegre
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arena grêmio gramado (Foto: Hector Werlang)
Espaço da Geral está interditado por 60 dias
(Foto: Hector Werlang)


A partir desta terça-feira, o Grêmio tem 60 dias para apresentar uma solução ao espaço da geral na Arena, interditado desde a queda de grade que feriu sete pessoas no dia 30 de janeiro, em jogo contra a LDU. O prazo foi dado pelo Corpo de Bombeiros na última reunião com a direção do clube gaúcho e os representantes da Arena Porto-Alegrense, empresa que gere o estádio. Nesse novo intervalo, pode haver partidas, desde que sem a presença da torcida naquela parte da casa gremista.
O alvará anterior concedido pelo Corpo de Bombeiros vence neste dia 19. De acordo com o comandante da corporação, o coronel Guido Pedroso de Melo, a Arena já está liberada em relação ao Plano de Prevenção Contra Incêndio (PCCI). O único porém, portanto, ainda é o futuro do espaço da geral. Barras de proteção ou cadeiras? Embora prefira a segunda opção, Guido abre uma porta para o dialógo e não descarta a primeira possibilidade, a que mais agrada ao Grêmio - em ambos os modelos, a tradicional comemoração avalanche tende a ser extinta.
- O Grêmio pediu 90 dias, mas foram concedidos mais 60 a partir deste dia 19. O indicado por nós é a colocação de cadeiras. Mas aguardamos a posição do Grêmio para, assim, conversarmos e chegarmos a uma definição.
Segundo o presidente da Grêmio Empreendimentos, Eduardo Antonini, as conversas com os Bombeiros se iniciarão nesta semana.
- O que nós vamos fazer junto com os Bombeiros é chegar a uma solução de bom senso, que prime pela segurança e pela questão socioeconômoca. Não queremos uma fenômeno de elitização do estádio.
Inspeção para Habite-se será na quinta
Se para os Bombeiros a Arena está liberada por 60 dias com a geral interditada, o mesmo não vale para a Prefeitura de Porto Alegre. A Secretaria de Urbanismo realizará na quinta-feira uma inspeção a fim de conceder ou não o Habite-se, que se trata da permissão definitiva para o funcionamento do estádio, atestanto que a obra está de acordo com seu projeto inicial.

Até o momento, a Arena funcionou com quatro liberações específicas para eventos, e a prefeitura não acena com nova chance de atestados provisórios. Ou seja, a realização da partida contra o Caracas, no dia 5, na Arena, depende do resultado dessa visita dos técnicos da secretaria ao estádio. Além do Habite-se ou da interdição, há a possibilidade de ser emitido um Habite-se parcial, que libera o local para eventos com ressalvas a serem dirimidas ou com espaços específicos sendo fechados por determinado período.

- São duas liberações distintas. A parte dos Bombeiros está regular. Falta a carta de habitação da prefeitura. O próprio município já disse que agora só libera com carta definitiva - avisa o procurador da Ordem Urbanística, Fábio Sbardelloto.
A inspeção estava inicialmente marcada para o dia 26, mas acabou adiantada a pedido da Arena Porto-Alegrense. Uma das explicações pode ser o prazo de dez dias antes de cada partida pela Libertadores que o Grêmio tem para indicar um estádio (Olímpico ou Arena) à Conmebol - o que precisaria ocorrer até sábado, dia 23. A despeito desse obstáculo do clube, a Secretaria de Urbanismo trabalha com a divulgação dos resultados da inspeção apenas na próxima segunda-feira.
Arena do Grêmio área interditada avalanche  (Foto: Francis Targanski / Ag. Estado)Área interditada na Arena do Grêmio (Foto: Francis Targanski / Ag. Estado)
Por que o Grêmio prefere barras
As barras de proteção já existem na geral desde a confusão criada pela torcida organizada na inauguração da Arena, em 8 de dezembro, mas só na metade superior. Na visão do Grêmio, esse recurso é positivo porque...
1. Cobrindo todo o espaço, se evitaria a tradicional comemoração chamada avalanche, que contribuiu com a queda da grade no dia 30, mas haveria a manutenção dos torcedores em pé, habilitando o clube a praticar preços mais populares no local.
2. Os assentos precisariam ser importados e ainda exigiriam uma obra mais complexa. Atualmente, para facilitar o trânsito de fãs em pé no espaço da geral, cada degrau foi dividido ao meio, criando um degrau intermediário. Para a colocação de cadeiras, seria necessário abolir esse degrau intermediário. Um processo que pode levar três meses, enquanto que instalar barras protetoras sequer gastariam 15 dias.

3. Mais um ponto gremista contra as cadeiras: a queda de público. Colocar assentos significa diminuir pela metade a capacidade do espaço da geral. De oito mil pessoas em pé para quatro mil sentadas.