Craque português brilha no triunfo merengue por 3 a 1 sobre os catalães e garante classificação. Messi tem atuação apagada e não alcança recorde
Por GLOBOESPORTE.COM
Barcelona, Espanha
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A expectativa antes do clássico era quanto à iminência de Messi quebrar o recorde de Alfredo Di Stéfano e se tornar o maior artilheiro dos duelos entre Barcelona e Real Madrid. A outra estrela do duelo, Cristiano Ronaldo, ficou longe dos holofotes. Entretanto, na hora da verdade, quem brilhou foi o craque português. Com dois gols, CR7 comandou o triunfo merengue por 3 a 1 sobre o rival, em pleno Camp Nou, garantindo a presença de sua equipe na final da Copa do Rei. Varane, outro destaque do jogo ao anular Messi, completou o placar, enquanto Jordi Alba diminuiu.
Em uma partida extremamente tensa, repleta de faltas e discussões, o sempre polêmico Cristiano Ronaldo esteve quieto. Não se envolveu nas confusões protagonizadas por Arbeloa e Jordi Alba. Apareceu pouco, mas sempre de forma decisiva. Voltou a pedir calma para os torcedores catalães e saiu de campo com um histórico respeitável: oito gols nos últimos seis jogos em território inimigo. Alex Ferguson, técnico do Manchester United, que esteve no Camp Nou para acompanhar a partida, deve ter saído do estádio bem mais preocupado para o duelo pela Liga dos Campeões na próxima semana.
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Para completar, o triunfo serviu para lavar a alma do Real Madrid. Acostumado a ver o grande rival brilhar nos últimos anos, o time merengue conseguiu a maior vitória sobre o adversário desde 2008, quando venceu os catalães por 4 a 1. As marcas quebradas não param por aí: a equipe da capital não fazia três gols no Camp Nou desde março de 2007, num empate em 3 a 3, enquanto os blaugranas não sofriam três gols em casa desde dezembro de 2008, numa derrota por 3 a 2 para o Shakhtar.
CR7 brilha, e Messi se apaga
O placar de 0 a 0 garantia a classificação do Barcelona, mas jogar em casa contra o maior rival é uma tentação grande demais para os catalães ficarem na defesa. Assim, com o habitual toque de bola e linhas adiantadas de marcação, os blaugranas não demoraram para assumir o domínio territorial da partida. No primeiro minuto, a blitz quase deu resultado. Pedro fez boa jogada pela direita e cruzou para Messi, que girou e bateu cruzado, mas a bola foi para fora.
A favor do Real, é necessário dizer que os merengues não se importaram em dar espaço ao adversário. O objetivo era ter liberdade onde mais importa: no ataque. Quanto mais o Barça avançava, mais à vontade ficava Cristiano Ronaldo para puxar contra-ataques. Em um deles, aos 11 minutos, saiu o primeiro gol. O craque português recebeu pela direita e, completamente livre, pedalou para cima de Piqué, que o derrubou dentro da área. Na cobrança de pênalti, bola para um lado, e goleiro para outro: 1 a 0 Real no ritmo de CR7.
A vantagem só fez intensificar a postura mais defensiva dos visitantes. O Barça seguia tocando a bola, mas, a exemplo da partida contra o Milan, não tinha criatividade e raramente finalizava. Messi, enjaulado numa marcação implacável e anulado por um Varane impecável, pouco aparecia, enquanto Fàbregas errava tudo o que tentava. Solitário, Iniesta buscava as jogadas, mas era pouco para superar a marcação merengue. Não à toa, a melhor chance catalã foi em bola parada, aos 38 minutos, quando Messi, em cobrança de falta, chutou rasteiro e viu a bola passar rente à trave direita de Diego López.
Conforme os minutos passavam, a tensão aumentava. Arbeloa e Jordi Alba eram os mais exaltados e protagonizavam os lances mais violentos do jogo, enquanto cada decisão do árbitro Undiano Mallenco era contestada.
Contragolpe 'mata' o Barça
Precisando reagir, o Barcelona voltou melhor no segundo tempo. No início, os catalães conseguiram traduzir o domínio da posse de bola em chances de gol. Aos seis minutos, Daniel Alves rolou para Busquets, que chutou de fora da área e obrigou Diego López a fazer boa defesa. Parecia que o ímpeto dos anfitriões daria resultado, mas, a exemplo da etapa inicial, o Real soube aproveitar o espaço que recebeu de presente no ataque.
Aos 11 minutos, no ápice da pressão blaugrana, veio o alívio merengue. Khedira, pressionado, deu um chutão ainda na entrada da área. A bola caiu nos pés de Di María, que arrancou desde a intermediária ofensiva, entortou Puyol e chutou cruzado. Pinto conseguiu defender, mas a bola sobrou nos pés de Cristiano Ronaldo, que, com muita calma, mandou para o fundo das redes.
A partir do segundo gol merengue, qualquer tentativa do Barcelona de reagir foi por água abaixo. O time da casa simplesmente não conseguia passar pela marcação do Real. Messi, pouco inspirado, abusava dos toques para o lado e não conseguia arrancar com a bola dominada. Nem mesmo a entrada de David Villa no lugar de Fàbregas deu a força ofensiva necessária aos blaugranas.
Varane volta a marcar
E, como uma recompensa à ótima atuação na defesa, coube a Varane fechar de vez o caixão catalão. Aos 22 minutos, o zagueiro, que já havia marcado no jogo de ida, garantindo o empate no Santiago Bernabéu, subiu livre após cobrança de escanteio e cabeceou para o gol, sem chance para Pinto: 3 a 0 Real Madrid.
Apesar da enorme desvantagem, o Barcelona continuou no ataque, mas seguia improdutivo. O Real Madrid, por sua vez, se banqueteava nos contra-ataques. Pela esquerda, Cristiano Ronaldo levava vantagem sobre a marcação com frequência, mas o foco merengue parecia não ser mais os gols. A vingança tinha outra motivação, e isso ficou claro com a entrada de Pepe aos 33 minutos. O zagueiro luso-brasileiro não perdeu tempo para iniciar uma pequena confusão com Jordi Alba e Puyol, para depois sair rindo. Logo depois, Sergio Ramos deu uma entrada forte em Messi no meio de campo.
Apesar da má atuação, o Barcelona ainda conseguiu o gol de honra. Aos 44 minutos, Jordi Alba recebeu ótimo passe de Iniesta e tocou na saída de Diego López, mas não comemorou. A festa era dos merengues.