Ex-presidente da CBF e do COL tinha um cargo de chefia na Copa de 2022 como alternativa
As novas evidências trazidas pela “France Football” que ligam Ricardo Teixeira à compra de votos da Copa do Qatar praticamente enterraram as chances do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local da Copa (COL) em voltar por cima no mundo do futebol.
Grande cabo eleitoral da campanha qatari, Teixeira via um alto posto de chefia no Comitê da Copa de 2022 como uma alternativa à Fifa, cuja presidência cobiçava. Um possível êxito na organização do Mundial de 2014 e a amizade estreita com o qatari Mohamed bin Hammam seriam, segundo Ricardo, a porta de entrada para uma participação efetiva no Mundial de 2022. Conversas neste sentido evoluíram nas mesas do restaurante Antiquariu's, na Zona Sul do Rio. Nestas mesmas ocasiões amistosos da Seleção foram colocados em pauta.
Seis meses após a eleição do Qatar, o sonho de Teixeira, contudo, virou castelo de areia. O apoio a Bin Hamman em seu plano de suceder Joseph Blatter na Fifa foi considerado uma afronta pelo suíço.
Aliado ao escândalo de compra de votos na eleição, fato que resultou no banimento de Bin Hamman do futebol – pena revertida pelo Corte Arbitral do Esporte –, Teixeira sofreu com a divulgação de um relatório da ISL que comprovou que ele e João Havelange se beneficiaram de um esquema de pagamento de propina por parte da empresa de marketing.
Em julho, durante a Copa América-2011, Ricardo já confidenciava a cartolas brasileiros que os cargos na CBF, COL e Fifa estavam a perigo. Em março de 2012, Ricardo teve de renunciar ao capital político amealhado em 23 anos. Sem Copa e exilado em Miami, a Fifa e o Qatar são distâncias hoje inatingíveis para o cada vez mais ex-dirigente.
Sobe e desce de Teixeira
Glória
Ricardo trabalhou ativamente para que o Qatar recebesse a Copa de 2022. Com a vitória, o ex-cartola ficou mais forte para suceder Joseph Blatter. Ser homem forte na Copa era uma alternativa que já era costurada pelo dirigente.
Ameaça
O pecado de Teixeira, no entanto, foi a aliança com Mohamed Bin Hamman, que foi banido do esporte por suposta compra de votos na eleição presidencial da Fifa. Teixeira foi ameaçado com a divulgação de um relatório que comprovaria sua participação em esquema de propina da ISL.
Queda
Sem saída, Ricardo renunciou a todos os seus cargos. Sua volta ao esporte é cada vez mais improvável.