Árbitro assinala penalidade a favor do Guarany de Sobral, mas jogadores, diretoria e torcedores do Guarani de Juazeiro impedem a cobrança
Por Thaís Jorge
Juazeiro do Norte, CE
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O futebol brasileiro é pródigo em fazer craques e criar confusões. Neste domingo, houve uma nova, no Campeonato Cearense, protagonizada por dirigentes, torcedores e jogadores do Guarani de Juazeiro após a marcação de um pênalti para o Guarany de Sobral nos minutos finais, no Estádio Romeirão, em Juazeiro do Norte. Eles impediram a cobrança, principalmente os atletas, com direito a bolas isoladas e barreira formada - sim, barreira formada - na frente do árbitro. O pênalti não foi batido, e o árbitro da partida, Cesar Magalhães, resolveu encerrá-la antes do fim com o placar de 0 a 0.
O jogo valia pela 10ª rodada da segunda fase do Campeonato Cearense. Aos 43 minutos do segundo tempo, logo em seguida à penalidade máxima marcada pelo árbitro sobre o atacante Marciel, do Guarasol, time visitante, os jogadores o cercaram e começaram a isolar a bola sempre que era jogada para a área, perto da marca penal. E integrantes da diretoria e da torcida do Guaraju, equipe da casa, invadiram o gramado do estádio. Um torcedor teria chegado a agredir o assistente Anderson Farias.
Apesar de cumprirem suspensão, o diretor de futebol Luciano Basílio, o supervisor José Demontier e o presidente Josafá Figueiredo impediram a cobrança do pênalti pela equipe adversária. Sim, os três dirigentes que já teriam de estar cumprindo punição justamente por terem invadido o campo de jogo em partida contra o Horizonte, quando o Leão do Mercado perdeu por 1 a 0, e terem xingado o trio de arbitragem.
Pênalti não é batido
O tumulto (assista no vídeo abaixo), com direito a torcedores, dirigentes e jogadores na frente do gol e próximo ao árbitro para impedir a cobrança de pênalti não conseguiu ser contido pela Polícia Militar, que tentou acalmar os ânimos. A confusão demorou 35 minutos e não foi resolvida.
O trio de arbitragem ainda tentou fazer com que o atacante Marciel, do Cacique do Vale, batesse a penalidade máxima. Mas jogadores do time adversário, dentro da grande área, o impediram, numa atitude poucas vezes vista. Um deles chegou até a chutar a bola para fora na hora que o jogador do Guarasol preparava-se para bater. Então, o árbitro Cesar Magalhães simplesmente deu a partida por encerrada, mesmo sem cobrança e sem que fossem cumpridos os acréscimos.
- Vamos aguardar o tribunal, porque isso é uma palhaçada - afirmou o zagueiro Júnior Alves, do Guarany de Sobral, em mais um triste capítulo do futebol brasileiro.
Com a partida interrompida com o placar de 0 a 0, o Guarany de Sobral segue com 14 pontos, na 4ª colocação. Já o Guarani de Juazeiro é o vice-lanterna da competição, com 10 pontos.
No próximo domingo (14), o Guaraju enfrenta o Icasa, às 16h, no Romeirão, em jogo da 11ª rodada. Já o Guarasol joga contra o Horizonte, na quarta-feira (10), às 22h, no Junco.