No último treino na escola de Educação Física do exército, Felipão bota a mão na massa: carrega cones, tabela com atletas, e é elogiado como comandante
Por Alexandre Lozetti, Marcelo Baltar e Márcio Iannacca
Rio de Janeiro
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O cenário para o treino da seleção brasileira não poderia ser mais bonito: a praia do Forte, montanhas, o Pão de Açúcar, e a escola de Educação Física do exército. Os militares acompanharam de perto a atividade comandada por Luiz Felipe Scolari, e aprovaram seu método. O técnico meteu a mão na massa. Comandou, orientou, carregou cones, distribuiu coletes, e até correu atrás dos atletas. Ganhou elogios até do major.
- Ele exerce uma liderança, trata a todos da mesma forma, não tem um que é estrela ou diferente. Ele tem essa função de gerenciar um grupo, e faz isso muito bem. Acho que ele vai conseguir formar uma nova família Scolari - analisou o major Viveiros, que deu até uma patente a Felipão:
- Ele é nosso comandante (risos).
O gaúcho iniciou o treino com estilo mineiro. Quietinho, no canto, apenas observou o aquecimento e os testes físicos comandados por Paulo Paixão. Enquanto isso, conversou longamente com o coordenador Carlos Alberto Parreira, e depois com o auxiliar Murtosa. Tudo mudou quando Felipão descruzou os braços e distribuiu os coletes. Foram várias intervenções no campo reduzido. Os volantes Fernando e Paulinho foram os que mais ouviram orientações.
Com auxílio dos goleiros, principalmente o alto tom de voz de Julio César, o comandante Scolari cobrou que os atacantes abrissem o jogo pelas laterais. Por outro lado, exigiu compactação dos zagueiros com o meio-campo.
Em seguida, utilizando todo o gramado, quase se transformou em mais um jogador. Com uma bola na mão, correu junto com Hernanes na saída de jogo. Pediu dinâmica, velocidade. E lembrou os antigos militares do local.
- Se você entrar num desses prédios, no nosso museu, vai encontrar um monte de gente igual a ele - brincou Roni, um dos responsáveis pela comunicação do local.