Ao seu estilo, Celso Teixeira comemora título estadual com o Potiguar de Mossoró e reclama de agressão que sofreu de adversários ao final do jogo
Por Augusto Gomes
Ceará-Mirim, RN
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Muitos já conhecem o estilo Celso Teixeira. Chamado de “louco” por muitos, ele comandou o Potiguar de Mossoró na conquista do segundo título estadual da história do clube. Em uma final que teve de tudo, o time mossoroense bateu o América-RN nos pênaltis, após empate por 1 a 1 no tempo normal. Celso fez parte de vários momentos - positivos e polêmicos -, em um show à parte. Entrou na lama, provocou, apanhou e, no final, soltou o grito de campeão.
Antes do jogo, reclamou da enorme lagoa formada na área técnica destinada ao Potiguar, no Estádio Barretão, em Ceará-Mirim. Segundo ele, “é estranho chover, e só ter formado a poça do nosso lado”. O treinador, por outro lado, dobrou as calças e atravessou a lama por muitas vezes para chegar mais perto do gramado e orientar seus jogadores.
- Muitos falam que eu sou louco, mas eu não sou louco - declarou.
Foi provocado durante toda a partida e teve que ouvir os gritos de “perereca” vindo das arquibancadas americanas. Retrucou de forma discreta, mas não ficou parado um minuto.
No intervalo, na saída para o vestiário, cumprimentou o atacante Itamar, do América-RN, e, como retribuição, recebeu em “carinho” indesejado, digamos assim. Gritou, reclamou com o árbitro Alício Pena Júnior, mas foi à toa. Na volta para o campo, se desentendeu com Roberto Fernandes, técnico adversário, que vencia o jogo por 1 a 0. Os dois precisaram ser separados por jogadores e seguranças.
- Você é louco! Vá se tratar! Tonho da Lua! Seu time tem qualidade, mas você atrapalha os jogadores - esbravejou Roberto, em momento de ira.
No segundo tempo, enquanto pensava no melhor para seu time, optando pela entrada de Ítalo, Giovanni e Radames, Celso ainda provocou Renatinho Potiguar, do América, devolvendo a “gentileza” de Itamar. O quarto árbitro da final, Leandro Saraiva, evitou uma briga neste momento.
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Quando Chiquinho empatou o jogo aos 30 minutos, o técnico se ajoelhou e deu aquela olhadinha para os torcedores do América, abatidos e abalados. Nas cobranças de pênaltis, a cada gol marcado, vibrava e pedia calma, embora esta sensação não pareça com seu estilo. Depois que Radames fez o gol da vitória, enquanto os jogadores corriam para um lado para comemorar com a torcida, Celso saiu em disparada para o lado oposto. O treinador disse que “queria ir para os vestiários, e deixar a festa com os jogadores”. Os americanos falam que ele teria os provocado. Ele negou. Resultado? Uma grande confusão.
Renatinho Potiguar acertou um chute, que na região Nordeste costuma ser chamado de “voadora”, e derrubou o treinador. Na queda, ele ainda teria sido chutado por Ricardo Baiano e Índio Oliveira. Recuperado, mas reclamando de dores nas costas, chorou ao encontrar o volante Magno, que chamou de “covardia” a atitude dos adversários.
Na festa, após dar a volta olímpica e receber a medalha, recebeu o carinho da torcida e ainda foi o regente do grupo ao puxar a música “Sabor de mel”, da cantora Damares. No final, ainda teve tempo de se desentender com uma radialista e chamá-la de “palhaça”, após ser questionado se havia provocado os jogadores adversários. Também confirmou que seu vínculo com o Potiguar acabou no domingo.
- Não fui procurado para continuar. Meu compromisso encerrou hoje (domingo). Agora vou para Campinas, minha cidade natal. Meus filhos estão me esperando com um pagode grande. Minha mulher trabalha no hospital e ela vai ter que dar atestado para cinco rapazes para tocar samba para mim. O samba é coisa de louco - finalizou.
Deve ser mesmo.
FONTE: GLOBO