sexta-feira, 2 de maio de 2014

Galvão Bueno exalta importância de Senna para o Brasil: "Herói nacional"

Narrador lembra que ele trazia alegrias para os brasileiros em momento delicado do país. Para jornalista, piloto só pode ser comparado a Pelé

Por São Paulo
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No dia em que se completam 20 anos da morte de Ayrton Senna, nesta quinta-feira, fãs do mundo inteiro renderam homenagens ao tricampeão da Fórmula 1. Um deles, além de admirador, fez parte de sua história. Galvão Bueno foi o responsável por contar para milhões de brasileiros suas vitórias e conquistas, e também por relatar aos torcedores o fatídico acidente no GP de San Marino em 1994. Amigo do piloto, o narrador da TV Globo lembra que Senna trouxe alegria para um povo que na época convivia com problemas políticos e econômicos e que sua atuação o transformou não só em ídolo esportivo, mas em herói nacional.
Ayrton Senna e Brasil: combinação que inspirou toda uma geração (Foto: Norio Koike / ASE)
Senna em uma de suas vitórias com a McLaren na
Fórmula 1 (Foto: Norio Koike / ASE)
- A sensação é a de que ele continua tão próximo de nós, que às vezes acho que ele vai passar, bater nas minhas costas, vai dizer: "E aí papagaio, tudo bem?", vai sentar no carro, marcar a pole e ganhar a corrida. É assim que eu gosto de me lembrar dele. Gosto de me lembrar dos grandes momentos, vitórias, conquistas, do Ayrton que as pessoas não conheciam direito, do Ayrton que fazia grandes obras de benemerência, que não deixava ninguém saber. Do jeito moleque que ele tinha, das brincadeiras. Falando mais sério, eu o compararia como ídolo esportivo no Brasil só a Pelé. E ele passou da condição de ídolo esportivo. Era um herói nacional. Em uma época em que o Brasil dava muito pouco certo, ele era o nosso herói das manhãs de domingo. Ele fazia o povo acordar mais cedo, fazia as pessoas dormirem mais tarde. Ele é o Ayrton Senna do Brasil - afirmou Galvão Bueno ao "Linha de Chegada".
Senna morreu em 1º de maio de 1994, quando passou direto na curva Tamburello, em Ímola, e se chocou contra o muro. Ele estava em sua primeira temporada na Williams após um período vitorioso na McLaren, onde conquistou seus três títulos (1988, 1990 e 1991). Autor do livro "Ayrton, o herói revelado", Ernesto Rodrigues realizou a pesquisa para a obra nove anos depois da acidental fatal. Hoje, o que mais o chama atenção é a dimensão de seu legado, que permanece intacto 20 anos após seu falecimento.
- O que é mais impressionante é a permanência dele. Eu rodei, fui ao Japão, fui à Europa, fiz questão de ouvir jornalistas que não eram exatamente fãs do Senna, e eu percebi que 20 anos depois está intacta a importância do Senna na história do automobilismo mundial. Ele continua sendo um personagem fortíssimo. E foi muito gratificante ver que dez anos depois ele continua sendo um fenômeno. Quando eu fiz o livro, foram quase 250 entrevistados e a estatística era mais ou menos a seguinte: de cada cinco entrevistados, três choravam - disse o escritor.
Reginaldo Leme, Galvão Bueno e Ernesto Rodrigues no Linha de Chegada sobre Ayrton Senna, no autódromo Interlagos (Foto: Divulgação SporTV)Modelo da McLaren usada por Senna fez parte do cenário do programa (Foto: Divulgação SporTV)
O Canal Campeão reserva uma programação especial como homenagem aos 20 anos da morte de Senna, nesta quinta-feira. Ela está sendo dedicada inteiramente ao ídolo nacional, com a exibição de GPs na íntegra e com narração da época, documentário e ainda um "SporTV Repórter" sobre os últimos passos do piloto.